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RAÍZA SÉRIE
30:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA
Série de
Cristina Ravela
Episódio 7 de 20
© 2009, WEBTV.
Todos os direitos reservados.
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FADE IN
Tocando:
The Great Disappoitment - AFI ->
CENA 1
CASA
Nº 77 - PORÃO [INT./MANHÃ]
A cena abre
com a mão de um homem tocando um pequeno frasco com substância
transparente.
Uma voz de
homem é ouvida ao fundo.
CIPRIANO
(O.S): A Raíza é um problema pra você?
A imagem
mostra o rosto de Cipriano de olhar instigante.
De frente
pra ele o outro homem, de costas se vira ainda com a mão no frasco.
MARCO
(sorri sacana): Isso é o que você vai me dizer; Ela é um problema
pra mim?
Cipriano
caminha até ele, cara a cara, tira o frasco de suas mãos e põe de
volta a um recipiente.
CIPRIANO:
Ela por acaso fez algo de estranho pra você estar me fazendo essa
pergunta?
MARCO:
Ela é estranha. Faz coisas estranhas. Sabe de coisas que não
deveria saber...
CIPRIANO:
Como, por exemplo, o Paulo ser o amigo politicamente incorreto de
Micael?
Os dois se
fitam.
CIPRIANO
(cont.): ...Quero dizer...Ter sido o amigo politicamente incorreto...
Marco ainda
o fita quando Cipriano dá as costas.
CIPRIANO:
Mas por que acha que eu poderia lhe responder tal pergunta?
MARCO:
Por que você pode ter sido a última pessoa que a viu desde que não
foi mais vista.
Cipriano se
volta com cara de incrédulo.
CIPRIANO:
De novo com isso?
MARCO:
Eu não entendo por que tanto mistério. Ninguém desaparece e volta
como se nada tivesse acontecido.
CIPRIANO:
Já pensou na possibilidade d’ela ter fugido?...(ele caminha até a
mesa da frente).
MARCO
(anda atrás): Você quer dizer...Fugir com alguém?
CIPRIANO
(de costas, manuseando uns frascos): O João Batista não estava com
ela?
MARCO:
Você está dizendo?...
CIPRIANO
(olha de lado): Eu disse alguma coisa?...
Marco se
cala.
CIPRIANO:
Você não veio aqui somente pra falar de Raíza não, ‘né’?
Marco
observa a mesa; Há outros tantos frascos de conteúdo de cores
variadas.
Marco
apanha um vermelho e aprecia visualmente.
MARCO:
Esse aqui é pra quê? Ou contra o quê? (ele olha minuciosamente)
Parece sangue...Andou furtando algum hospital ou é algum fetiche?
Cipriano
arranca de suas mãos.
CIPRIANO:
Isso não é brincadeira!
MARCO:
Calma! (sorri debochado) Eu não ia tentar nada contra suas coisas.
Cipriano
põe de volta ao lugar sob o olhar curioso de Marco.
CIPRIANO:
Vai dizer pra quê veio ou vou ter que adivinhar?
Marco dá
as costas, coloca as mãos na cintura e se volta.
MARCO:
Eu quero me livrar de uma pessoa...
CIPRIANO:
Eu não mato ninguém.
MARCO:
Ninguém falou em matar aqui...(pausa) Com tantas poções você
deve ter uma que eu estou precisando...
CIPRIANO:
Tenho receio de perguntar do que você realmente
(ênfase) está precisando...
MARCO
(ignora o comentário): Existe alguma poção pra fazer alguém
esquecer do que a gente quiser?
CIPRIANO:
Esquecimento é coisa séria...
Cipriano
ora olha pra ele, ora para as suas poções. Os dois sorriem. Mas em
cada sorriso uma expressão diferente...
FADE OUT
1X07
CILADA
FADE IN
CENA 2
CASA
Nº 77 – PORÃO [INT./MANHÃ]
Cipriano
entrega a Marco, em pé ao lado de uma mesa, três frascos bem
pequenos com substância transparente.
CIPRIANO:
Aqui está!... (ele recua a mão onde segura os frascos) Mas
lembre-se! Três frascos desse e, a pessoa se esquece completamente
do que você quer...
Marco pega
e olha vislumbrado.
MARCO:
E como é que eu faço?...Misturo numa bebida?
CIPRIANO:
Depois que essa pessoa beber ela precisa falar sobre o assunto que
você quer que ela esqueça.
MARCO:
E em quanto tempo faz efeito?
Cipriano se
vira, olha pro espelho.
CIPRIANO:
Em poucos minutos...(ele alcança uma garrafa e dois copos)... Se
você usar apenas um frasco ela esquece momentaneamente...
Cipriano
coloca a bebida no copo, tira um pequeno frasco do bolso do jaleco,
abre e despeja na bebida.
CIPRIANO
(cont.): Se der a segunda dose demora, mas ela volta a se lembrar
bem... (Ele guarda o frasco de volta ao jaleco)... Sendo a terceira
dose...(ele se vira e entrega o copo) A pessoa pode até voltar a se
lembrar, mas ficará tão confusa que não terá certeza se é
verdade ou ilusão...
Marco
apanha o copo e o olha, admirado.
CIPRIANO:
Não tenho costume de servir bebida no porão, mas...Sempre reservo
uma pra visitas...
MARCO:
Suas poções parecem bastante interessantes, hein...(ele toma um
gole).
Cipriano o
observa, estranho.
CIPRIANO:
Você nem imagina o quanto...
CORTA PARA
CENA 3
APTº
403 – QUARTO DE JOÃO [INT./MANHÃ]
João
está vasculhando o guarda roupa, apanha uma caixa preta e coloca
sobre a cama.
Seu quarto
é pequeno, cama ao lado da janela, mesa de cabeceira, cortinas
verdes assim como a colcha.
João,
sentado, espalha papéis e fotos na cama e em seguida dá um murro na
própria perna.
JOÃO
(em OFF): Mas onde será que deixei minha caderneta?...Onde? (longa
pausa)Não importa...O que importa é que não esqueci de nada que
deixei escrito...Raíza e seus mistérios...
João se
levanta, caminha até a janela e passa pra sacada. Olha para a sacada
do quarto de Raíza, de forma suspeita.
JOÃO
(em OFF/cont.): Quem escapa de uma queda de concreto e se arrisca em
abrir um carro em chamas... Escapa de qualquer coisa...
CORTA PARA
CENA 4
ED.
CIRANDA DE PEDRA [EXT./MANHÃ]
Cael
pára o carro em frente ao edifício.
Abre a
porta, sai e enquanto olha a fachada do prédio, ele bate com a porta
do carro.
O edifício
tem pintura amarela e branca, cinco andares, sacadas com grades e
vasos com flores bonitas em algumas janelas.
Cael entra
no quintal por um caminho de pedras cercado por círculos de gramado.
Levanta a cabeça e vê escrito o nome ‘Ciranda de Pedra’ acima
da portaria.
Põe a mão
na maçaneta, mas está trancado.
Se afasta e
olha pra cima.
CORTA PARA
CENA 5
APTº
403 – COZINHA [INT./MANHÃ]
João
Batista entra aparentemente nervoso. Raíza seca as mãos com a
toalha da cozinha e nota sua aparência estranha.
RAÍZA:
Já vai sair? Nem tomou café direito...
JOÃO:
Tô atrasado...
JOSUÉ:
Senta aí, menino! Toma um café com leite rapidinho...
João
despeja o café no copo rapidamente e toma num gole só.
JOÃO:
Agora tenho que ir...
Bruno entra
na cozinha e quase é atropelado pelo sobrinho.
BRUNO:
Que isso, João! Vá com calma!
JOÃO:
Foi mal, tio...Tchau gente!
RAÍZA(toma
um gole do café com leite): Isso que dá acordar em cima da hora...
Josué lhe
dá uma olhada.
CORTA PARA
CENA 6
ED. CIRANDA DE PEDRA – CORREDOR [INT.]
João corre
pelas escadas e pára bruscamente quando um homem de meia idade sai
de um apartamento.
JOÃO
(disfarça): Oi seu Antônio...Bom dia...
ANTÔNIO:
Bom dia...Quase perco a hora pra abrir a portaria.
JOÃO:
Vida de síndico, hein...
Os dois
riem.
Ao chegar
lá em baixo, João pára com ar de esquecido.
JOÃO:
Nossa! Esqueci minha pasta...Eu...Acho que...Vou pedir pela janela...
Ele caminha
à direita, contorna o prédio e gruda na parede ao ver Cael nos
fundos.
JOÃO
(em OFF): Parece que alguém resolveu se adiantar...
Ele vê
Cael abaixo da janela da prima.
CAEL
(grita): RAÍZA!
João se
esconde atrás de um coqueiro pequeno.
CORTA PARA
CENA 7
APTº 403 – COZINHA [INT.]
Raíza,
sentada, pára o pão na boca e tira em seguida.
RAÍZA:
‘Cês’ ouviram isso, gente? Parece...A voz do Cael...
Josué,
sentado a sua frente e sem tirar os olhos do jornal, mostra-se
impaciente.
JOSUÉ:
A essas alturas da vida alguém ainda se presta a gritar debaixo da
janela...
BRUNO
(de costas, abrindo a geladeira): Duvido que seja o Micael... Um cara
como ele...Gritando? Debaixo da janela dos outros?
JOSUÉ:
Raíza, você vai ou eu vou? Daqui a pouco o rapaz perde a voz...E na
posição dele isso nem pegaria bem.
RAÍZA:
Deixa comigo, tio.
Raíza
corre até o seu...
QUARTO...
A moça
passa pra sacada, põe a mão no ferro e força ao curvar o corpo e
olhar para baixo.
RAÍZA:
Cael?... O que houve?
O ferro
onde a moça se apóia se desprende da parede, ela perde o
equilíbrio, Cael faz uma expressão de pavor.
CAEL:
CUIDADO!
João
assiste à cena, apreensivo.
Raíza
despenca em cima de Cael.
A garota
levanta a cabeça e os dois se olham assustados.
RAÍZA:
Você tá bem?
CAEL
(expressão de dor): Eu que devia fazer essa pergunta...Não?
A garota
esboça um sorriso estremecido. Cael olha a altura pela qual ela
caiu.
CAEL:
Eu sabia que eu era forte, mas não imaginava que podia amortecer a
queda de alguém.
Raíza olha
receosa para o alto e se assusta.
Atrás do
coqueiro, João observa de olhar atento e acusador.
A tela se
fecha num baque.
FADE IN
CENA 8
CASA
N º 77 - PORÃO [INT./MANHÃ]
Cipriano
olha atento para o espelho e se volta com uma expressão de irritado.
CIPRIANO:
Esse João está passando dos limites...
Ele olha
para Camilo, que de costas, mexe em algumas poções.
CIPRIANO:
Dá pra você parar de mexer nas minhas coisas e prestar atenção no
que eu tô falando?
Camilo
coloca a poção no lugar e se vira.
CAMILO:
Foi mal...Quem é João?
CIPRIANO:
Meu pai que deixei no interior...Camilo eu já te deixei a par de
tudo! O João é primo de Raíza. Ele afrouxou o ferro da sacada e a
Raíza acabou de cair.
CAMILO:
Caramba! E você fala assim?
CIPRIANO:
E você queria que eu falasse como? Com uma música fúnebre ao
fundo?
CAMILO:
Não...É que...Se você quer os poderes dela...
CIPRIANO
(interrompe): O que disse?
CAMILO:
Se você quer os poderes dela devia ser preocupar com o que acontece
a ela.
CIPRIANO:
De onde você tirou essa idéia?
CAMILO:
Do fato de você ficar na cola dela. Ou que outro motivo você ia
querer que eu ficasse por perto senão pelos poderes dela?
Cipriano
põe a mão no queixo, pensativo.
CIPRIANO:
Eu poderia estar querendo protegê-la...
CAMILO:
De quem?...Por que com os poderes dela duvido que ela precise de
proteção...Ainda mais de alguém como você que precisa de poção
pra ter poder...
CIPRIANO:
Eu acho bom você prestar atenção no que diz...Eu odeio gente
indisciplinada...
Camilo se
cala. Cipriano volta a olhar o espelho e nada mais vê.
CAMILO:
O efeito passou?...
Cipriano
apenas olha pra ele de cara feia.
CAMILO:
Eu não entendo uma coisa: Você pode ver tudo que quiser nesse
espelho?
CIPRIANO:
Eu só vejo o que me interessa...
CAMILO:
Mas...
CIPRIANO:
Camilo, eu te chamei aqui por que tenho uma missão pra você...
CAMILO:
Olha eu não quero mais machucar ninguém...
CIPRIANO:
Você não está mais em condição de querer nada...Ouça por que só
vou falar uma vez...
CORTA PARA
CENA 9
APTº
403 – SALA [INT./MANHÃ]
Cael está
sentado no sofá, põe a mão nas costas, disfarça a dor. Raíza
também está sentada, com os braços sobre os joelhos e observa a
cena, calada.
Josué, em
pé, parece absorto e mantém o olhar fixo em qualquer coisa.
BRUNO:
Nossa Cael...Você veio me dar uma boa notícia e é recebido desse
jeito...(ele vira pra Raíza) Você tem certeza que tá bem ‘né’?
Raíza nota
seu olhar como um sinal e leva o corpo para trás pondo as mãos na
cintura.
RAÍZA
(finge): Ai pai...Eu tô meio desconjuntada, mas...Tô bem...
Todos
observam Josué, calado e de semblante preocupado.
BRUNO:
Ô Josué! O que foi?
JOSUÉ
(desperta dos pensamentos): O que foi? O que foi que eu poderia ter
caído no lugar dela e eu sim poderia estar morto...
Ele se cala
diante do olhar tenso do irmão.
CAEL:
Como assim você ‘sim’ poderia estar morto?
Bruno e
Josué engolem a saliva.
RAÍZA
(inventa): Ahn...É que o meu tio...Ele...Tem horror à altura, é
isso...E certamente morreria antes de bater no chão...
Josué olha
espantado e Raíza se levanta.
RAÍZA:
Vou...Alí...Pegar um café e um... Gel pra contusão pra você,
Cael...
CAEL:
Não precisa eu...
RAÍZA:
Fica quietinho aí que já volto...
COZINHA...
Raíza abre
o armário, apanha xícaras e as coloca sobre a mesa. Põe café e
serve numa travessa. Em seguida, abre a gaveta da pia e pega um gel.
Ela ouve
uma conversaria maior vindo ao longe, som de carros passando e
permanece parada. Um vento estranho bate nas suas costas e ela se
volta segurando o gel.
Ela se
encontra atrás de um arbusto e está segurando uma folha da planta.
Não demonstra em nenhum momento estranheza; Como se fosse tudo
normal.
Olha,
desconfiada, para uma construção onde funciona um curso técnico.
Há muitos alunos subindo as escadas e outros descendo dos ônibus.
Raíza
anda, vagarosamente, expressão aflita em direção a escada. João
Batista, no alto da sacada do prédio, despede-se de um amigo. Raíza
o vê se aproximando da grade, surpreso ao vê-la ali.
JOÃO:
Raíza?...O que...O que aconteceu?
A cena é
rápida. João é empurrado do nada.
RAÍZA
(grita): JOÃO!
O rapaz
bate na calçada e sua mochila voa para o outro canto.
A moça
corre e ao cair de joelhos, vê o piso da sua cozinha e os pés de
alguém.
JOSUÉ:
O que houve, Raíza?
Josué
ajuda a sobrinha a se levantar. A garota, confusa, olha para as mãos
e vê que ainda segura o remédio.
RAÍZA:
Eu acho que me desequilibrei...
Raíza pega
a bandeja e junto do tio voltam pra...
SALA...
Raíza
serve o café, trêmula.
CAEL:
Algum problema, Raíza? Não ficou feliz pelo seu pai?
RAÍZA:
O que tem meu pai?
Cael e os
parentes dela se entreolham:
CAEL:
O seu pai vai trabalhar numa construtora, não se lembra? Foi por
isso que vim.
RAÍZA:
‘Cê’ vai me desculpar, mas (ela põe a travessa na mesinha) Eu
lembrei de um compromisso...Tenho que ir...
BRUNO:
Peraí, filha, não é educado sair assim... (Bruno vê a filha sair
rapidamente pela porta e dá um grito.) Não foi isso que te
ensinei!...
Cael
mostra-se abismado.
CORTA PARA
CENA 10
RUAS
DA CIDADE [INT./MANHÃ]
Raíza
desce da condução, aflita em frente ao curso técnico.
RAÍZA
(em OFF): Será que eu vi certo?...Que nem aquela vez que eu vi o
Camilo e o Marco tramando alguma pra cima do Cael e nada
aconteceu?...
Chega atrás
de um arbusto. Espreita e segura uma folha da planta. Ela olha
assustada e solta a folha.
Anda
vagarosamente naquela direção.
Ao ver o
primo da sacada, Raíza anda em passos largos e apressados. Começa a
correr e seu primo nem chega da grade.
Ela se
alivia, mas de repente, João, como se fosse empurrado, tropeça na
escada, segura no corrimão e cai do outro lado, num gramado.
RAÍZA
(grita): JOÃO!
Do outro
lado, um carro encosta, pára e Marco sai. Curioso, aproxima da cena.
Um tanto de
gente junta por ali. Raíza corre até o primo e toca seu rosto,
preocupada. João está ileso.
JOÃO
(na defensiva, tenta se levantar): O que você tá fazendo aqui?
RAÍZA:
Eu tive um pressentimento e...
JOÃO
(incrédulo e nervoso): Aqueles? Aqueles pressentimentos?
A prima
aperta sua mão para ajudá-lo a se levantar e vê uns flashes.
[VISÃO]:
João usa
uma ferramenta e afrouxa a grade da sacada do quarto dela.
[FIM DA
VISÃO]
JOÃO:
Ah, me solta! Eu tô bem, não vê? Ó o mico!
João se
levanta e Raíza continua agachada, perplexa pela visão que teve.
Observa os sapatos de couro ao seu lado e olha pro alto. Ao cruzarem
o olhar, a expressão de Marco muda.
Ele a olha
estranhamente com ar de preocupado. Um olhar fixo, perturbador...
MARCO:
O seu primo está bem?... Não se machucou?
Raíza se
levanta estranhando o súbito interesse.
João, já
de pé, demonstra não gostar de parecer em terceira pessoa.
JOÃO:
Por que não pergunta pra mim?
Marco
finalmente olha pra ele.
MARCO:
Me desculpa. Vi que você caiu da escada...
João
Batista mira na prima suspeitando dela.
JOÃO:
Viu, é? Não diga...Eu fui é arremessado lá de cima, isso sim...
RAÍZA:
Você viu quem foi, João?
João se
cala.
MARCO:
Vocês querem uma carona?
JOÃO:
Não!...(pausa)...Eu ainda tenho aula...
João vai
andando de costas, vira-se e sobe as escadas.
Raíza olha
para Marco que ainda fixa os olhos nela.
RAÍZA
(em OFF): Melhor não perguntar o que ele tá fazendo por aqui se não
é bem capaz d’eu levar um fora.
RAÍZA:
Até um dia, Marco!
MARCO:
Espere! Eu posso te dar uma carona.
Raíza se
volta sem acreditar.
RAÍZA:
Carona?...Não, valeu...Não quero te atrapalhar...(ela dá as
costas).
Marco
segura seu braço, ela pára e se volta devagar.
MARCO:
Você deve estar horrorizada pelo o que viu...Acho melhor não voltar
sozinha...
Seu tom de
voz, preocupado demais, a intriga. Ela cede.
RAÍZA:
‘Peraí’ que eu vou ligar pro meu pai...(ela faz que vai abrir a
bolsa).
MARCO:
Pra quê? Você vai chegar bem, querida.
A moça o
encara.
CORTA PARA
CENA 11
RUAS
DA CIDADE – CARRO [INT.]
Raíza olha
meio de canto Marco dirigir. Ele faz o mesmo e ela desvia a atenção.
MARCO:
Está quieta...
RAÍZA:
Ah... Não, eu não tenho nada pra falar...
Silêncio.
Ele lhe dá uma olhada de cima em baixo. A garota disfarça, franze
as sobrancelhas.
MARCO:
Seu primo recusou minha carona tão intempestivamente...Será que foi
algo que fiz?
RAÍZA:
Ele tinha uma aula, ‘cê’ não lembra?
Ele pisca
os olhos como a ter dificuldade de reflexo, põe uma das mãos na
cabeça.
MARCO:
Eu tinha esquecido...(sorriso bobo).
A garota
continua a franzir as sobrancelhas.
MARCO:
Mas seu primo me pareceu meio...Estranho...
RAÍZA:
Sofrer a queda que ele sofreu deixa qualquer um estranho.
Silêncio.
MARCO:
Será que ele não ficou assim porque você não chegou a tempo de
salvá-lo?
Raíza
empalidece, vai virando o rosto para ele com ar de medo.
RAÍZA:
Do que ‘Cê’ tá falando? Eu não tinha como prever...
MARCO:
Lógico que não! Mas você estava lá...Será que ele ficou com
ciúmes porque você um dia me salvou e a ele não?
RAÍZA:
Como é que é?
MARCO:
Seu primo gostaria de ser salvo por você? (pausa) Como é a sensação
de salvar alguém?
Os dois se
encaram.
RAÍZA:
Você tá bem?
MARCO
(voz suave, penetrante): Com você eu estou muito bem.
RAÍZA:
Onde é que você quer chegar com isso?
MARCO:
Em você!
Raíza olha
pela janela, Marco toca sua mão pousada na perna e ela o tira
violentamente.
MARCO:
O que foi? Você não gosta de mim?
RAÍZA:
Pára esse carro...
MARCO:
Não eu não vou parar enquanto você não me responder.
RAÍZA
(enfatiza): Pára-esse-carro-agora...
Marco
aumenta a velocidade.
RAÍZA
(voz alterada): Pára esse carro agora!
A garota
põe a mão no volante. O carro faz um zigue–zague pela pista vazia
e Marco pára bruscamente no acostamento.
Raíza sai
do carro e ele sai atrás a puxando pelo braço.
RAÍZA:
Me solta!
MARCO:
Você não me respondeu. Não gosta de mim? Não gosta de quem você
salvou?
Os dois se
encaram.
RAÍZA:
Por que de novo esse assunto?
MARCO:
Por que ninguém arrisca a própria vida em nome da benevolência...
Ele deixa
de apertar suas mãos e a toca. Raíza estranha sua aproximação.
De repente,
a beija na boca num beijo como se desejasse isso profundamente. A
garota, surpresa, não corresponde.
Um Toyota
vem adiante.
Raíza
tenta afastar Marco, mas ele a abraça, a aperta pela cintura, a
envolve. Até que ela lhe dá um empurrão, afastando-o.
O carro vem
devagar e pára perto deles. Cael coloca a cabeça pra fora e olha,
meio indignado para aquela cena.
CAEL:
Então era esse seu compromisso, Raíza?
Raíza dá
um empurrão no cara e vira-se assustada.
CAEL
(cont.): Podia ter dito...
MARCO:
Não tinha outra estrada pra você passar, não?
CAEL
(olhando para a garota): Nós vamos embora, não se preocupe (Cael
olha pro lado onde está Bruno) Quer falar com a sua filha?
Bruno dá
uma olhada.
BRUNO:
Em casa a gente conversa, hein...
Cael dá a
partida com ar de insatisfeito.
RAÍZA:
Tá vendo só? Satisfeito? Era isso que queria?
A moça vai
embora observada por Cael pelo retrovisor.
CORTA PARA
CENA 12
ED.
CIRANDA DE PEDRA [EXT./TARDE]
APTº 403 –
SALA [INT.]
Bruno e
Josué estão sentados lado a lado. Observam, no outro canto, Raíza,
sentada com os braços sobre os joelhos.
JOSUÉ:
Tô chocado...Não tenho nem o que dizer.
RAÍZA:
Não há nada o que dizer mesmo...O Marco, com certeza, estava sob
efeito de alguma droga.
BRUNO:
Minha filha, isso é grave, não vá dizer por aí que ele é um
drogado, hein...
RAÍZA:
Ai pai! É modo de dizer. Ele nunca foi com a minha cara, demonstrou
isso no dia em que pisei na casa dele. Agora, até me lascar um beijo
ele foi capaz.
JOSUÉ:
Vai ver ele mudou de opinião ‘né’? Imagina só, ele deve ter
ficado impressionado com o dia em que foi salvo...Você disse que ele
só falava disso ‘né’?
BRUNO:
Aliás...(ele curva a cabeça pro lado do corredor).
JOSUÉ:
Procura pelo João? Ele deve tá no quintal...Depois do tombaço que
levou ele deve tá querendo entender o que houve...
Raíza ri,
mas pára sob o olhar do tio.
BRUNO:
Isso que eu queria dizer. O seu compromisso não era com o deus
nórdico e sim, você queria evitar o acidente do seu primo?
A cena
mostra João Batista atrás da porta principal.
RAÍZA:
É...Mas não deu...Acho que a mesma pessoa que me atacou na mata o
atacou também.
JOSUÉ
(angustiado): Será que não conseguiu nada contigo e quis tentar com
ele? ...(pausa)...Meu Deus! Mas ele pode estar em perigo, por que com
você esse invisível não pode, mas com meu sobrinho...
RAÍZA:
Em perigo tô eu...Depois daquela queda da sacada...
João ouve
alguém subindo as escadas e corre pro último andar do prédio.
RAÍZA:
‘Cês’ ouviram isso?
JOSUÉ:
Parece...
Ouve-se a
campainha tocar.
JOSUÉ:
Não parece mais.
Josué
levanta e abre a porta.
Marco tem
em mãos um ramalhete de flores.
MARCO:
A Raíza?
Josué abre
caminho.
JOSUÉ:
Ah...É...Entre.
Marco e
Raíza trocam olhares. Ele estende as mãos e ela, receosa, aceita as
flores.
BRUNO:
Bem...(ele levanta)...Eu tenho que ir na cozinha...Não é Josué?
Josué
esboça vontade de rir e os dois saem.
Marco e
Raíza sentam.
MARCO:
Vim pedir desculpas, não queria constrangê-la. Você não é garota
de beira de estrada.
RAÍZA:
Não tá esquecendo de nada?
Ele não
entende. Ela faz um gesto com a mão para um lado e pro outro.
RAÍZA:
Ser irônico, sarcástico, não sei...Me dar um fora.
Ele ri.
MARCO:
Jamais faria isso.
RAÍZA:
Vai me dizer o que te deu pra agir daquele jeito?
Ele toca
suas mãos.
MARCO:
O que tem me dado todo dia...Vontade de você...
Raíza se
levanta, surpresa, envergonhada talvez. O rapaz continua a olhá-la
de forma perturbadora.
RAÍZA:
Olha, já tá tarde. Adorei as flores viu.
Marco se
levanta também e os dois ficam muito próximos. Bruno aparece da
porta.
BRUNO:
Ô filha não vai nem servir um cafezinho pro rapaz?
RAÍZA:
Não, imagina que ele se lembrou de um compromisso? Ele já tá
indo...
MARCO:
Se incomoda se ela descer comigo?
BRUNO:
Se ela quiser...
Raíza
hesita, mas Marco a puxa porta afora.
CORTA PARA
CENA 13
ED. CIRANDA DE PEDRA [EXT.]
João está
nervoso. Coça as mãos. Anda de um lado e de outro.
JOÃO
(murmura): Ela vai contar o que sabe...Ela vai contar o que
sabe...(ele pára) Mas como ela descobriu?...Como?
Ouve-se os
passos na escada. João se esconde atrás de umas folhagens. Já são
quase dez horas da noite e apenas o som daqueles passos quebra o
silêncio.
MARCO:
Acho tão louvável essa sua cumplicidade com seu pai...Ele me parece
tão...Seu amigo.
RAÍZA:
Não é assim com o seu?
MARCO
(tom alterado): Aquele lá prefere o Cael que nem filho dele é. Ele
se dá melhor com o padrasto do que com a mãe. E eu sou ao
contrário. Não sei o que veem tanto nele a ponto do meu pai ter
passado o terreno da boate pro meu irmão!
Eles
alcançam o portão e param.
Raíza nota
a sua alteração de humor; Seus olhos começam a avermelhar, sua voz
fica ofegante e seu rosto sua. Ele pára de falar. A olha fixamente,
de novo.
MARCO:
O que você tem que me atrai? (Ele se aproxima, toca seus ombros e a
garota enrijece os músculos, arrepiada) Será que são seus atos
heróicos ou...Sua boca?
A beija,
novamente e dessa vez, mais demorado. Ela não hesita.
Marco passa
a apertá-la, incomodando-a. Raíza tenta afastá-lo, os dois rodam
de um lado pro outro enquanto a garota se mostra incomodada.
Marco a
olha estranho, cai e Raíza vê o primo a sua frente.
João tem
em mãos um pedaço de madeira.
RAÍZA:
‘Cê’ ficou maluco? Por que fez isso?
JOÃO:
Eu...Eu (ele joga o pedaço de madeira pro canto) Ele estava te
agarrando, ‘pô’! Quis te poupar desse constrangimento...
RAÍZA:
Ele pode ter morrido!
Ela se
agacha e toca o pulso de Marco.
JOÃO:
Ele estava muito estranho. Lógico que era armação.
RAÍZA:
Ah, armação? Que nem você tentou fazer essa manhã quando afrouxou
o ferro da sacada pra eu cair?
JOÃO:
Nem sei do que você tá falando...
RAÍZA:
Sabe sim! Meu tio quase foi no meu lugar, tá ouvindo? Ele podia tá
morto e como é que você ficaria, hein?
João
abaixa a cabeça. Depois a encara.
JOÃO:
Não sei como soube e duvido muito que me diga, mas...Você que me
jogou daquela escada ‘né’? Quis que eu visse o mal que eu ia
fazendo ‘né’?
RAÍZA:
Eu não tenho esse costume, você devia saber.
JOÃO:
Tá bom, tá bom! Eu vou subir e ligar pro Cael vir tirar esse
entulho daqui.
Ele dá as
costas e quando chega na portaria, olha para trás.
JOÃO
(em OFF): Nem acertá-la na minha frente eu consigo...
A tela se
fecha num baque.
FADE IN
CENA 14
HOSPITAL
- QUARTO [INT./DIA SEGUINTE]
Marco
termina de se arrumar diante do irmão.
CAEL:
O ano mal começa e você já vem parar no hospital, hein.
Marco
alcança um pente sobre a cama e penteia os cabelos.
MARCO:
Dispenso os comentários...
Alguém
bate na porta.
CAEL:
Entra!
A porta se
abre e Raíza entra meio sem graça. Ela e Marco se fitam e ele logo
desvia o olhar.
RAÍZA:
Licença, eu...Vim ver como você ‘tava’...
Marco olha
para Cael e fecha a cara.
MARCO:
Eu estou bem...Obrigado...
RAÍZA:
Você...Está bem mesmo?...De tudo?
MARCO:
De tudo o quê?
CAEL:
Marco eu já tinha te...
MARCO:
Eu quero que ela me conte...E então, Raíza? A que você se refere?
Raíza
engole a saliva, olha para Cael.
RAÍZA:
Você...(pausa)...Me procurou e...Até flores me entregou...Não se
lembra?
MARCO:
Eu só me lembro de coisas boas, querida...(sorri um sorriso de
canto).
RAÍZA:
Você ‘tá’ querendo me dizer...
MARCO:
...Que eu não me lembro de nada...
RAÍZA:
Quer dizer que eu nunca vou saber por que você fez tudo aquilo? Por
que me beijou?
Marco se
vira para ela.
MARCO:
Certamente eu não estava bem...Eu devia estar...Bêbado pra fazer
algo tão ridículo...
CAEL:
Pelo amor de Deus, Marco!
Marco se
levanta, passa pela garota e pára ao seu lado. A garota nem olha.
MARCO:
Se veio saber se estou bem já pode ir. Eu ainda sobrevivo.
A garota o
encara com uma raiva aparente.
RAÍZA:
O que foi que eu te fiz pra me tratar assim?
Marco não
responde e sai.
CORTA PARA
HOSPITAL
[EXT.]
Marco
entra no Toyota pelo lado do carona enquanto Cael, um pouco afastado,
olha Raíza atrás dele e aponta para o carro.
CAEL:
Vem, eu te deixo em casa.
Raíza
coloca as mãos nos bolsos da calça. Mostra-se ressentida.
RAÍZA:
Vou a pé...Gosto de caminhar...
Cael
caminha até ela.
CAEL:
Eu estou me sentindo muito mal pelo o que ele fez...
RAÍZA:
Não se sinta. Você não tem culpa. Eu...Eu só queria entender por
que ele fez isso...E...Por que comigo.
Cael abaixa
a cabeça e levanta em seguida.
CAEL:
Isso é uma coisa que só o tempo vai dizer...
MARCO
(no carro): Como é, Cael? Vamos ou não vamos?
CAEL:
Você vai ficar bem?
RAÍZA:
Eu ainda sobrevivo...
Cael faz
que vai beijá-la no rosto, mas ela abaixa a cabeça. Ele sorri e se
afasta.
Caminha até
o carro, abre a porta e olha a garota ao longe. Acena, entra, fecha a
porta e arranca.
Marco
também dá uma olhada. O carro parte.
Raíza
observa o carro sumir com um olhar estranho.
RAÍZA
(em OFF): Tomara que a paulada que o João te deu ainda te cause
muita dor...Pena que esse poder eu não devo ter...
A imagem
vai se afastando até aparecer um espelho diante de alguém.
CORTA PARA
CENA 15
CASA
Nº 77 - PORÃO [INT.]
Cipriano
está diante do espelho, rindo ao ver Raíza de expressão amarga.
Camilo está
logo atrás estranhando sua atitude.
CAMILO:
Eu...Não fui muito bem com o João...
CIPRIANO:
Você deu um belo susto nele...Ele agora deve ‘tá’ pensando que
foi coisa da prima...(risos).
Camilo se
aproxima e olha pro espelho.
CAMILO:
Você ‘tá’ vendo isso aí?
Cipriano se
volta com os braços para trás e um olhar sagaz.
CIPRIANO:
A curiosidade matou um gato, sabia? (ele anda para frente) Mas posso
dizer que estou me sentindo mais forte do que nunca...Estranho...A
Raíza espuma de raiva e eu me sinto...Revigorado...
Ouve-se a
campainha.
CIPRIANO:
Faz esse favor, Camilo?
Camilo sobe
até a...
SALA...
Abre a
porta e Marco se surpreende.
MARCO:
Você? Aqui?
Camilo, de
olhos arregalados, não diz nada.
Marco lhe
dá um safanão e vai direto pro...
PORÃO...
Cipriano
nem se mexe. Mantém-se em pé com as mãos para trás e de costas
para a porta.
CIPRIANO:
Marco!... E a ‘poçãozinha’? Deu o efeito que você queria?
Marco o
segura pelos ombros e o faz virar para frente. Está furioso.
MARCO:
Você sabe por que eu vim, não é? O que você pôs na bebida que me
serviu ontem cedo?
CIPRIANO:
Por que? Não gostou? Pode deixar que hoje eu lhe sirvo algo
melhor...O que você acha de rum? Muito cedo pra rum?
Marco
sacode Cipriano.
MARCO:
Vai me dizer ou quer que eu conte pra Raíza que você está
investigando a vida dela, hein?
CIPRIANO:
Quer uma desculpa pra vê-la novamente? Que ridículo...
Marco o
empurra contra uma cadeira.
MARCO:
Que poção era aquela, hein?
CIPRIANO:
Eu disse que minhas poções fazem coisas que você nem
imagina...Aquela poção libera os sentimentos mais ocultos das
pessoas...Não gostou do seu?
MARCO:
Eu ainda acabo com você!
Marco pára,
põe as mãos na cabeça e aperta. Seu semblante é de dor.
MARCO:
AI, minha cabeça!
CIPRIANO:
Ainda dói? (irônico)...Pode doer mais se seu irmão souber que tem
um criminoso dentro de casa. Imagine saber que você e o Paulo eram
assim, unha e carne? E que você deixou um inocente ir pra cadeia...
Marco tira
as mãos da cabeça, expressão de alívio. Olha Camilo o observando
de cara amarrada.
MARCO:
Já foi tudo esclarecido. E seria sua palavra contra a minha...
CIPRIANO:
Você não ia querer se arriscar. A desconfiança sempre leva à
certeza...
Marco puxa
sua gola, pára e o empurra de volta.
MARCO:
Quer saber? Toma as suas poções, engula-as todas de uma vez e
MORRA!
Cipriano
gargalha vendo-o partir.
CORTA PARA
CENA 16
APTº
403 – QUARTO DE RAÍZA [INT./MANHÃ]
Bruno
chega à soleira da porta e vê a filha de costas na sacada. Cruza os
braços.
BRUNO:
Sabe, filha...Ser destratado é horrível, mas...Ficar remoendo o que
passou é pior...
RAÍZA
(continua de costas): Eu não tô remoendo, pai...Só tô pensando
nas aulas mês que vem...
BRUNO:
Tudo bem...Mas não fique o domingo todo aí, hein...
Tocando:
Miseria Cantare - AFI ->
Ele sai e a
cena mostra Raíza de frente. Está com o olhar frio, raiva estampada
no rosto. Contorce os dedos...
FUSÃO PARA
CENA 17
MANSÃO – QUARTO DE MARCO [INT.]
A cena
percorre o quarto e vemos Marco de costas, sentado na cama e de
frente pra janela. A cena se aproxima ao seu lado, ele segura um copo
e permanece um tempo parado, pensativo.
MARCO
(murmura): Valentina pode esperar...
Olha pro
copo, leva-o à boca e toma num gole só.
Em
seguida, coloca o copo sobre a mesa de cabeceira e ali há três
frascos vazios...
FADE TO
BLACK
FIM DO EPISÓDIO
Autora:
Cristina Ravela
Elenco:
Raíza (Maria Flor)
Raíza (Maria Flor)
João
Batista (Caio Blat)
Bruno
(Juan Alba)
Josué
(Caco Ciocler)
Cael
(Michael Rosenbaum)
Marco
(Pierre Kiwitt)
Cipriano
(Thiago Rodrigues)
Participação Especial:
Camilo (Sérgio Marone)
Trilha Sonora:
Participação Especial:
Camilo (Sérgio Marone)
Trilha Sonora:
The
Great Disappoitment – A.F.I
Miseria
Cantare – A.F.I
Produção:
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com
nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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