0:00 min       RAÍZA 2ª TEMPORADA     SÉRIE
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WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2


Série de
Cristina Ravela

Episódio 16 de 23
"Xeque-Mate Parte 1"



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FADE IN

Takes da cidade à noite.

CORTA PARA
CENA 1 FACHADA - CURTO-CIRCUITO [NOITE]
Corta para o ESCRITÓRIO
O corte é feito direto num tabuleiro de xadrez.
Uma mão masculina segura o peão negro, faz que vai levá-lo para um canto e leva para outro.
A cena vai se afastando. Raíza e Dcr estão sentados à mesa, concentrados no jogo. O celular dela está sobre a mesa e Dcr a olha esperando uma reação.
DCR: Sua vez.
Raíza se faz de segura, pega o peão branco, brinca com a peça e arrisca uma jogada.
Dcr pega sua peça e derruba outra.
DCR: Xeque-Mate!
Raíza se recosta na cadeira, vencida.
RAÍZA: Ah, não acredito nisso. Sou uma aprendiza, tenho o direito de ganhar. Nunca ouviu falar em sorte de principiante, não?
DCR: Você quer dizer...Aquela sorte que a gente não ganha, a gente tem? (Raíza faz careta) Ora, Raíza eu aprendi com o Cael. O que você faz naquela mansão que ainda não aprendeu xadrez?
Os dois se encaram.
DCR: Ok, não responda.
Raíza sorri, depois disfarça, olha para seu celular e se levanta.
RAÍZA: Vambora? Meu tio deve tá colocando e cultivando minhocas na cabeça do meu pai.
Dcr se levanta também, faz uma leve expressão de tontura, e começa a juntar as peças do xadrez.
DCR: Melhor mesmo. Além do mais, se o Cael volta de viagem e nos pega assim, adeus futura sociedade.
Ele vai até o armário e guarda o tabuleiro. Volta e pega uma papelada sobre a mesa.
Raíza pega um porta-retrato de cima da mesa onde está Ari e Dcr no dia em que se casaram.
RAÍZA (maliciosa): E a Ari, hen...Dor de cabeça, né?
DCR (distraído com os papéis): É.
RAÍZA: Duas semanas de casados e já tá assim?
Dcr olha pra ela, faz que não entende, e logo percebe.
DCR (brinca): Vou ignorar isso, ok?
Raíza ri e põe o retrato de volta a mesa.
DCR (se levanta): Só falta guardar isso aqui...
Dcr junta a papelada, close no cofre abaixo da mesa onde ele digita a senha e abre. Deposita os papéis ali e, em seguida, fecha.
DCR (cont.): E pronto. Podemos ir.
Ele contorna a mesa, os dois sorriem e seguem até a porta.
RAÍZA (brinca): Tá de carro, querido?
Raíza sai primeiro e Dcr sai em seguida fechando a porta.
DCR: Meu conversível ainda tá na loja e minha moto no conserto.
Ele a envolve num abraço...
DCR: Que tal pegarmos um táxi enquanto você desfruta da minha companhia?
RAÍZA: Como é pobre ser rico.
Eles riem e somem da tela.
CORTA PARA
CENA 2 CURTO-CIRCUITO - CALÇADA [NOITE]
De dentro de um carro, bem ao longe, vemos Raíza e Dcr saírem da casa de shows conversando.
Corta para Raíza e Dcr que param sobre a calçada e esperam por um táxi.
DCR: Foi o que minha mãe disse, mas eu não acredito. Meu pai não tá louco e não ia fazer parecer que está. Não sei por que os médicos não vêem isso.
Raíza faz que entende.
RAÍZA: Isso me faz lembrar de uma coisa.
DCR: O que?
RAÍZA: Do Renan. Lembra dele?
DCR: Ahn... (coloca a mão na nuca, faz uma expressão de desconforto / faz que sim): Como se esquecer daquela figura.
RAÍZA: Ele era enfermeiro daquela clínica, surtou de repente e procurou ajuda na loja da sua tia. Mas como bebia a mistura do álcool com a erva o deixou com alucinações.
DCR: Não, não ele já sofria com isso. (respira fundo) Por isso ele queria acabar com elas.
Raíza o observa enquanto fala.
RAÍZA: Mas quem garante? Talvez ele tivesse algum inimigo que quisesse tirá-lo da jogada.
Dcr esboça incredulidade, nota-se que está cansado.
DCR: Tirá-lo da jogada? Que jogada? Ele era enfermeiro de um hospício. Tem que ser muito louco pra pensar em ficar no lugar dele.
Raíza faz que concorda com uma expressão de quem quer rir.
DCR: Um faxineiro, possivelmente? Ninguém quer ser faxineiro pro resto da vida, né?
Raíza ri.
Dcr coloca a mão na boca do estômago e faz expressão de dor.
RAÍZA: O que foi? Tá passando mal?
DCR: Ahn...Uma dor no estômago...(põe a mão na cabeça) Uma tontura...
Nesse momento, a câmera corta para dentro de um carro enquadrando-os ao longe novamente.
Close numa mão feminina engatando a marcha. Andréa sorri sagaz.
Câmera torna a mostrar adiante, onde Raíza apóia sua mão no ombro de Dcr enquanto o carro se aproxima ganhando velocidade.
Corta para o rosto deles.
RAÍZA: Olha deve ser o nosso táxi.
Ouvimos os pneus cantarem no asfalto. Dcr olha para trás e a luz do farol cobre seus rostos que, imediatamente se mostram assustados.
DCR (aturdido): Meu-Deus...
O carro sobe a calçada em alta velocidade.
RAÍZA: COOORRE!
= = Music On - Suspense = =
Começa uma perseguição. Os dois desviam do carro, mas este sai da calçada, derruba um latão de lixo e continua a segui-los.
Os dois apertam o passo, mas Dcr começa a perder velocidade e acaba caindo.
Raíza vai até ele e o segura pelos ombros.
RAÍZA (nervosa): Vamos, Dcr! Vamos!
DCR: Eu tô passando mal...Não consigo correr mais...
Corta para o interior do carro.
Andréa solta o riso de vencedora e acelera mais.
Volta em Dcr que é ajudado por Raíza a se levantar. Ambos tornam a correr, mas Dcr realmente não consegue dar conta, Raíza olha para trás e o carro já está em cima. De repente ela o empurra para a calçada.
No que ela se volta, não dá mais tempo. Raíza atravessa o carro, bate contra a poltrona de trás e se deixa ser vista.
Aturdida, Andréa olha para o banco.
ANDRÉA: Como é que ‘cê’ fez isso, garota?
RAÍZA: CUIDADO!
Adiante, um carro acaba de entrar na rua. Andréa, espavorida, desvia violentamente, faz um zigue-zague, bate na lateral de um carro estacionado...
[EXT.]
O carro voa, vira de cabeça para baixo até cair com a lateral no chão, derrapa para o meio da estrada e tomba.

Andréa está com a testa machucada, zonza e tão surpresa por algo que vê a sua frente não percebe onde está.
Ouvimos buzina de um carro e som de freios cantando no asfalto. Andréa olha para a câmera, se apavora. A luz do farol a cobre.
A cena se afasta. Uma cherokee dá uma batida violenta fazendo o carro capotar pelo asfalto até parar adiante.
Corta para a outra rua. Raíza surge na tela horrorizada com a cena enquanto ouvimos as buzinas. Ao fundo, Dcr está deitado no chão, tão horrorizado quanto.
= = Music Off = =
A tela se fecha num baque.

2X16
XEQUE-MATE – Parte I

FADE IN
O dia amanhece.
FUSÃO PARA
CENA 3 FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [MANHÃ SEGUINTE]
Ouvimos um telefone tocar.
Corta para o interior do APTº 403 - COZINHA
O corte é feito direto num jarro tremendo em mãos femininas. Raíza põe o jarro sobre a mesa e olha na direção da janela que dá na sala.
Josué atende ao telefone, mas apenas vemos sua expressão de assustado.
JOANA: Algum problema, Raíza? Parece que não dormiu bem...
Bruno está sentado e João ao seu lado.
JOÃO: Deve ter tido uma noite cheia com o namorado...
Raíza lhe encara de soslaio. Bruno faz cara feia pelo comentário.
Josué aparece da porta com cara de enterro.
BRUNO: Quem era?
JOSUÉ: A polícia. Disse que a Andréa sofreu um grave acidente ontem.
Todos se espantam e Raíza está absorta. Bruno se levanta, preocupado.
BRUNO: Meu Deus! E como ela tá?
Tensão no rosto de Raíza.
JOSUÉ: Morta.
Raíza tenta, mas não consegue disfarçar a aflição. Senta na cadeira quase cambaleando. Bruno está chocado e Josué observa os dois.
JOSUÉ (desconfiado): Parece que agora vocês não precisam mais se preocupar em tirar Ari das garras da mãe. O destino se encarregou disso.
Joana se mostra estupefata e João, sonso.
RAÍZA: Isso é jeito de falar? (pausa) Apesar de tudo a Ari gostava dela. Era mãe, né?
JOSUÉ: Suas mãos trêmulas são pela Ari? (Raíza segura as mãos para disfarçar) Que horas você chegou ontem à noite?
RAÍZA: Desde quando o senhor se preocupa com a hora que chego?
JOSUÉ: Desde que essa casa de shows abriu e você namora o dono. Você não sabe que tem bandidos por aí só esperando um vacilo nosso pra nos roubar?
RAÍZA: O senhor abre a porta pra um bandido quase todo dia. A diferença é que ele tem jeito pra falar, né?
Clima.
JOSUÉ: Você não muda de assunto. Eu não vi e nem ouvi você chegar ontem.
BRUNO: Que isso, Josué? Que interrogatório é esse?
JOSUÉ: Custa responder?
Raíza se levanta enfurecida.
RAÍZA (abre os braços): Eu entrei invisível, tudo bem pro senhor?
Ela sai. Josué é encarado por Bruno e Joana que fazem a negativa. João toma seu café com olhar esperto.
CORTA PARA
CENA 4 APTº 215 – SALA [INT.]
Dcr, preocupado e disfarçando a aflição, desliza o telefone pelo rosto dando a entender que acabou de receber um telefonema. Ari aparece ao fundo, sorridente.
ARI: Quem era?
Dcr põe o telefone no gancho, olha para ela, penalizado.
DCR: Ari...(ele a segura pelo braço) Senta aqui.
Ari se preocupa.
ARI: O que aconteceu? Tá me assustando.
Os dois se sentam.
DCR: É sobre sua mãe...
ARI: Não vai me dizer que ela vai cumprir a ameaça e me colocar na cadeia...?
DCR: Ela não terá tempo pra isso...
Os dois se encaram. Ela faz que não entende.
ARI: Como assim?
Dcr desvia o olhar, faz menção de dizer algo, mas não consegue. Ari cobre a boca já pressentindo o que é pelo modo dele agir.
DCR: Sinto muito.
ARI (desespera-se): Minha mãe tá morta? Tá morta? Ela morreu brigada comigo!
Dcr a abraça forte enquanto ela chora.
CORTA PARA
CENA 5 NECROTÉRIO [INT.]
O corte é feito numa maca onde um lençol azul é levantado por alguém. O corpo na maca é de Andréa, seu rosto está muito ferido.
Ari chora e abraça Dcr.
Corta para o corredor
Bruno, Diva e Raíza aguardam.
Ari, abatida e Dcr saem pela porta. Dcr encara Raíza com olhar de cumplicidade. Ela disfarça, vai até Ari e a abraça, mas a garota se mostra indiferente.
ARI (murmura): Por que não previu isso?
Raíza não acredita no que ouve.
RAÍZA: Eu sinto muito.
ARI: Eu vou tentar entender se você disser que não conseguiu evitar.
Raíza a olha, séria e decepcionada.
RAÍZA: Eu não sou a heroína do mundo...Lembra?
As duas se encaram.
Um policial se aproxima.
POLICIAL: Você é Ari Torgano? (Ari faz que sim / ele estende uma sacola com pertences) Esses são os objetos encontrados no carro de dona Andréa.
Ari pega e abre. Além de documentos, cigarro, celular e maquiagem, há um colar com pingente de cruz que faz Ari estranhar.
ARI: Esse colar...(ela olha para Raíza e observa seu pescoço vazio) Se parece com o seu.
Raíza toca o pescoço, preocupada. O policial a encara, desconfiado.
RAÍZA (insegura): Não (olha o pai rapidamente). Eu esqueci o meu em casa.
Todos a encaram suspeitamente.
CORTA PARA
CENA 6 NECROTÉRIO [EXT.]
Raíza desce as escadas, apressada. Bruno vem atrás e a puxa pelo braço.
BRUNO: Raíza! Você vai me explicar o que tá acontecendo?
Raíza o encara sem saber o que dizer.
FADE OUT
FADE IN
CENA 7 PRAÇA [MANHÃ]
Bruno e Raíza estão sentados a uma mesa de concreto frente a frente.
BRUNO: Foi por isso que você fingiu que aquele colar não era seu? Isso te colocaria na cena do crime.
RAÍZA: Que crime, pai? Dona Andréa sofreu um acidente.
BRUNO: Claro, mas é que...A descoberta desse colar não faria a polícia pensar assim. Ainda mais por que você não ta lá contando o que aconteceu, né.
RAÍZA: Eu não to lá por que não quero que eles investiguem e descubram que estive naquele carro. Por que por mais que eu explique sempre vão achar que to escondendo alguma coisa.
Bruno pensa um pouco, aproxima o rosto do dela. Faz suspense.
BRUNO: Raíza...Você... Você não previu mesmo, né?
Raíza o encara, admirada.
BRUNO: Não to querendo te acusar de não ter evitado tal tragédia, mas é que...
RAÍZA: Eu previ o que ia acontecer, pai.
Bruno vai pra trás meio decepcionado.
RAÍZA (nervosa): Mas não o acidente, não a morte de alguém, quero dizer, não necessariamente a morte de alguém eu...(tom vacilante) Eu não sei por que eu não vi isso...
Bruno toca suas mãos e a encara.
BRUNO: Tudo bem. (Raíza se acalma) O que foi que você viu?
RAÍZA: Na minha visão, quero dizer, quando fui ao futuro ontem cedo vi o Dcr saindo da boate, passou mal e caiu na calçada. Eu sabia que ele era pontual, terminava o serviço e ia embora direto pra casa, então... Fiquei atenta. É claro que isso podia ter acontecido em qualquer outro dia, mas (pausa) Dcr nunca ia embora sem a Ari. E a Ari anda reclamando de dor de cabeça, me disse que certamente ia sair mais cedo ontem.
BRUNO: Você não tem culpa se a dona Andréa resolveu partir pra cima de vocês. Se não fosse ontem teria sido qualquer outro dia.
RAÍZA: Mas por que minha visão se concentrou só no mal estar do Dcr? Será que até então a dona Andréa não tinha pretensão em fazer o que fez? Por que ela mudou de idéia então?
BRUNO: Vai ver ela...Tinha uma estratégia melhor, mas...Bem, ela não fazia o tipo que tinha paciência.
RAÍZA (tensa): Que seja. Eu provoquei a morte dela e isso não vai mudar.
BRUNO: Eu já te disse que você não tem que salvar todo mundo, Raíza. Não é o seu dever estar em todos os lugares, por favor! Um dia o destino lhe prega uma peça. O que você faria se tivesse que escolher entre duas vidas?
Raíza se mostra vencida. Apoia o cotovelo sobre a mesa e toca a testa, preocupada.
RAÍZA: Eu não escolhi isso pra minha vida, pai.
BRUNO: É. Escolheram pra você.
Raíza o olha de repente notando seu sarcasmo involuntário.
FADE OUT
FADE IN
= = Passagem de Tempo = =
CENA 7 FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [FIM DA MANHÃ]
Corta para o APTº 403 – SALA
Raíza está sentada no sofá, cotovelos sobre os joelhos, mãos no rosto, tensa.
Josué sai da cozinha com uma toalha de prato nas mãos.
JOSUÉ (meio indignado): O Bruno faltou ao serviço e vai passar o dia com a Ari?
RAÍZA: Ele se importa com ela.
JOSUÉ: Eu pensei que depois de casada o marido cuidaria dela.
No corredor que dá para os quartos, João espreita. Raíza se levanta, indignada.
RAÍZA: Qual o seu problema com ela, hen? De que maneira ela te agride?
Ouvimos tocar a campainha. Os dois se encaram. Josué vai atender, abre a porta e dá com Dcr.
JOSUÉ: Ahn...(para Raíza) O marido de sua amiga.
Raíza vai até a porta e faz que espera Josué sair. Ele sai inconformado e Raíza sai do apartamento fechando a porta.
APTº 403 [EXT.]
Dcr se mostra aflito.
DCR: Raíza, aquele colar é seu, não é? (Raíza está tensa ainda) Qual a possibilidade de você arrumar outro igual?
RAÍZA (murmura): Calma, ‘Dc’...Aquilo foi um acidente, entendeu? Um acidente.
DCR: A perícia não vai achar isso quando descobrir que tinha mais alguém com ela.
RAÍZA: Mas eles não sabem como entrei e saí, e sem provas ninguém pode fazer nada contra a gente.
Dcr está inseguro; Raíza também.

Corte rápido para o interior do APTº onde João ouve atento.
A tela se fecha num baque.
FADE IN
CENA 8 FACHADA - HDM CONSTRUTORA [TARDE]
Corta para o interior do escritório de Marco.
Marco está sentado, concentrado na análise de uns papeis sobre a mesa. A câmera vai se aproximando, dá um pequeno giro e focaliza a porta de frente onde está Cipriano de braços cruzados.
CIPRIANO: Ocupado?
Marco se assusta.
MARCO: Cipriano? Como entrou aqui?
Cipriano faz um sinal para a porta e vai se aproximando.
CIPRIANO: Não brigue com sua secretária. Ela não me viu entrar...
MARCO (continua a analisar os papeis): Veio me avisar do ocorrido? (ele o encara) A morte de dona Andréa. (irônico) Triste fim, não acha?
CIPRIANO: Não. Eu sei que você consegue ser rápido quando quer.
Marco expressa indiferença.
CIPRIANO (cont.): O que você sabe sobre o crime?
Marco o encara, de repente.
CIPRIANO (corrige / falso): Quis dizer, acidente.
MARCO (desconfiado): Fiquei sabendo que a Raíza e o Dcr sabem muito mais sobre a morte de Andréa do que a polícia imagina.
Cipriano pega a plaqueta da mesa onde está escrito “Adm. Marco Bedlin” e dá uma olhada.
CIPRIANO: Fontes seguras? (pausa) Josué deve tá em polvorosa com a sobrinha envolvida mais uma vez em um...(o encara) acidente.
MARCO: Não foi ele quem me comunicou.
CIPRIANO (o encara e coloca a plaqueta sobre a mesa): Não pensei nele. (pausa) Será que houve testemunhas?
Marco põe os cotovelos sobre a mesa, olhar sagaz.
MARCO: O...Acidente?
Cipriano balança a cabeça afirmativamente.
MARCO: Não que eu saiba, por quê?
CIPRIANO (joga): Por que o Cael, tão viajado, não é? Não está por perto para garantir um advogado para a amada.
Marco se mostra satisfeito como a receber uma grande ideia.
MARCO (finge): E você acha que eu não pensei nisso antes?
Os dois se fitam.
MARCO: Se você veio até aqui para me aconselhar, gastou gasolina.
Cipriano disfarça uma expressão sarcástica. Marco volta a analisar os papeis.
MARCO: Às vezes eu acho que você chega atrasado às situações.
Ele olha pra frente e se mostra confuso. Cipriano não está mais lá.
Close em seu rosto intrigado.
CORTA PARA
CENA 9 ED. ELDORADO [EXT. / TARDE]
Ari, apressada, está saindo do prédio, preocupada. Cipriano está na calçada de costas para o portão quando ela o atravessa sem perceber sua presença.
CIPRIANO: Meus pêsames!
Ari para, expressão de raiva. Volta-se e o encara seriamente.
Cipriano se aproxima e dá a mão.
CIPRIANO (soa verdadeiro): Eu sinto muito...(Ari recua / ele desfaz o cumprimento) De verdade. Uma mulher tão bonita, tão jovem... Morrer num acidente assim.
ARI: Não me venha com esse papo da carochinha não, falou? Veio aqui pra quê? Pra curtir com a minha cara?
Cipriano se surpreende.
CIPRIANO: Quanta confiança. Vim lhe dar os pêsames e me recebe assim? Ah (finge se lembrar de algo) deve ser pelas circunstâncias em que ela morreu, não é? A Raíza e o seu marido já lhe contaram como foi o acidente?
ARI: Como?
Cipriano finge ter cometido um erro.
CIPRIANO: Ah, cabeça minha, você ainda não sabe, não é? Mas certamente seu marido vai te contar, é uma questão de tempo.
ARI: Você quer falar logo? Que história é essa deles me contarem como foi o acidente se eles não estavam presentes?
CIPRIANO: Ora, Ari, fico espantado por ver que uma garota que tem o poder de teletransporte prefere esperar que as notícias cheguem até ela. O que é? Confia tanto assim no seu marido e na sua amiga?
ARI (expressão de quem matou a charada / libera um riso descrente): Já entendi, tá. Não vou ficar aqui ouvindo baboseiras.(ela faz que vai, mas se volta) E quer saber? Se você tivesse amigo saberia o que é confiança.
CIPRIANO: Amigos também poupam dos detalhes. (Ari esboça impaciência / falso lamento em Cipriano) Eles devem estar impressionados demais depois de terem presenciado os últimos momentos de vida de sua mãe.
ARI: Vem cá! Quê que ‘cê’ quer, hen? Me colocar contra Raíza e o Dcr, é isso?
CIPRIANO: E você tá se sentindo contra eles? (Ari disfarça a tensão) Você sabe que sua mãe não gostou do seu casamento e que certamente estava tramando alguma coisa. (faz ar confidente) Será que ela foi tentar conversar com eles e exagerou na velocidade?
Ari se enche de ódio, lança mão de sua bolsa e bate em Cipriano.
ARI: Seu desgraçado! Vai fazer piada no raio que o parta, maldito!
Cipriano consegue se livrar dos ataques, segura suas mãos e a prensa contra um carro.
CIPRIANO: Sossega! Sossega! (cara a cara / muda o tom) Você pensa que se livrou dos problemas, porque casou e sua mãe foi se hospedar no inferno, não é? (Ari tenta se soltar dele sem sucesso) Eu disse que você tinha caído numa armadilha ao guardar segredos dos outros, (a sacode) não disse?
ARI: Não vejo problema algum em guardar segredos...
CIPRIANO: Mas Josué não acredita em você! (baque em Ari) Quem você acha que pediu pro Marco entrar em contato com sua mãe pra te tirar do apartamento, hen?
ARI: Mas...Mas por quê?
CIPRIANO: Você não sabe mesmo? Você sabe dos segredos dele, sabe do João e da amante dele, a Rafaela, vai dizer que não?
Ari se espanta.
CIPRIANO: Você é muito espertinha, desde daquela vez em que você se teletransportou pra pedir ajuda a Raíza, lembra? Agora quer dar uma de esperta pra cima do Josué? Tem guardado esses segredos pra usar no momento oportuno, não é? (a sacode) Não é?
Ari luta...
ARI: Me solta!
Ela consegue se desvencilhar dele.
ARI: Esse tempo todo e você nunca fez questão de me conhecer direito. Eu não quis descobrir essas coisas, mas não pretendo usar contra ninguém, tá entendendo?
CIPRIANO: Quero ver então como você vai se livrar do Marco (tensão em Ari). Você sabe que aquele bar dele é fachada pro salão de jogos, não é?
ARI (se irrita): Pra quê ‘cê’ faz questão de me contar tudo isso, hen? Não basta o que tô passando? Não basta?
Cipriano leva as mãos pra frente pedindo calma.
CIPRIANO: Eu só queria ajudar. Você está prestes a ir presa depois que foi considerada em plenas faculdades mentais. Isso deve estar sendo um peso pra você, hen.
ARI: Aposto como tem seu dedo podre aí.
CIPRIANO: E eu aposto como o Marco sabe pensar sozinho.(pausa) Enfim, preciso ir. Acho que minha cota de benevolência acabou por hoje. Meus sentimentos novamente.
Ele dá as costas, enquanto Ari o encara desafiante.
ARI: ‘Cê’ sabe que agora nada me impede de contar a verdade, né? (Cipriano se volta) Você chantageava minha mãe e só por isso me calei, por ela.
CIPRIANO: Humm, está em condições de jogar tudo pro alto, é? Quem ouve, pensa que você não tem mais nada a perder além de sua liberdade.
Ari se mantém calada segurando o ódio.
CIPRIANO: Manda um abraço pro seu marido. Aquele garoto tem futuro.
Ele vai embora esboçando um sorriso de vitória. Ari expressa vontade de chorar de raiva.
FADE OUT
FADE IN
CENA 10 FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [TARDE]
Ouvimos a campainha tocar.
Corta para o APTº 403 – Exterior
A porta é aberta e Joana expressa condolências.
JOANA: Ari.
As duas se abraçam.
JOANA: Como vai essa força, amiga?
As duas desfazem o abraço.
ARI: Tendo que lidar com uma perda.
JOANA: Entra.
Corta para o interior
Joana fecha a porta. João atravessa a sala, animado.
JOÃO: Ari, que bom que você veio.
Ari, sem graça com a olhada dele, não se abaixa para cumprimentá-lo.
ARI: Oi João. Como tem passado?
JOÃO: Triste por você.
Joana percebe um clima.
JOANA: Você quer tomar alguma coisa, Ari?
ARI: Ah, não, ‘brigada’, é que eu precisava falar com a Raíza. Ela tá por aí?
João olha para Joana de forma intrigante.
JOANA: Ela teve que sair.
JOÃO: Ela tava aqui com o Dcr... (Joana lhe dá uma olhada tensa) quando um policial veio e pediu que ela fosse à delegacia responder a umas perguntas sobre... O acidente de sua mãe.
ARI: Mas...Mas como assim?
JOÃO (envenena): Ah sabe como é, né? Quando o acidente é suspeito a polícia quer ouvir todos os envolvidos...
JOANA: O que o João tá querendo dizer, Ari...
ARI: Eu entendi perfeitamente, Joana.
Ari sai do apartamento, furiosa...
JOANA: ARI!
Joana encara João que faz cara de santo.
CORTA PARA
CENA 11 FACHADA – DELEGACIA [TARDE]
Corta para o interior
O delegado encara Raíza com semblante preocupado.
DELEGADO: Onde você estava entre as 23 horas de ontem e meia-noite de hoje?
RAÍZA: Primeiro eu quero saber por que tô aqui.
DELEGADO: Não se preocupe, só quero lhe fazer umas perguntas, pois há indícios de que dona Andréa não sofreu um acidente.
Raíza disfarça o medo.
RAÍZA: E no que eu posso ajudar?
DELEGADO: Ainda não temos o resultado da perícia, mas recebi a informação de que dona Andréa estava em alta velocidade com seu carro.
Raíza desvia o olhar por instantes.
DELEGADO: Isso confere?
Raíza o encara de repente.
RAÍZA: Confere o quê?
DELEGADO: Você viu dona Andréa passar com o carro por vocês?
RAÍZA (respira fundo): Não. Não vi.
DELEGADO: Voltando à primeira pergunta: Onde você estava entre às 23 horas de ontem e meia-noite de hoje?
RAÍZA: Na Curto-Circuito. Meu namorado é dono de lá e eu fazia companhia ao Dcr. Ele é contador.
DELEGADO: Quem?
RAÍZA: Danilo. A gente o chama de Dcr.
DELEGADO: Hmmm...E depois que o serviço terminou...?
RAÍZA: Jogamos xadrez...Ou ao menos eu tentava aprender. Então eu perdi, já tava bem tarde e fomos embora. Foi quando Dcr passou mal na rua.
DELEGADO: Antes ou depois de dona Andréa passar por vocês?
RAÍZA (se contém): Eu já não disse que não a vi ontem?
O delegado olha para o policial desconfiado.
DELEGADO: Muito bem...Raíza Maciel. Como era seu relacionamento com a vítima?
RAÍZA: Não havia um relacionamento. Eu a convenci a deixar Ari sob os cuidados do meu pai para não deixá-la internada naquela clínica psiquiátrica. Dona Andréa não podia cuidar dela sozinha e fizemos um trato. Só que, quando ela decidiu levá-la de volta foi para interná-la de novo. Foi aí que o Dcr teve a ideia de se casar com ela e assim evitar que a mãe a internasse novamente.
DELEGADO: Hmmm...Dona Andréa não deve ter gostado muito, hen...Ela tentou algum tipo de acordo depois disso?
RAÍZA: Não. Havia duas semanas que ela não ia até minha casa.
DELEGADO: Ela não ia até vocês, mas você esteve com ela em algum momento, não? (ele pega um colar de cima da mesa) Isso é seu, confere?
Raíza visualiza, faz falsa expressão de quem se lembra.
RAÍZA: Ahn...Sim, mas pode ter caído numa outra vez em que estive com ela.
DELEGADO: E durante duas semanas você não sentiu falta de um colar dado de presente por seu pai?
Raíza se mostra surpresa.
RAÍZA: Ahn...Er...(sorriso bobo) Às vezes sou meio esquecida.
DELEGADO: Então você pode ter esquecido também que esteve com dona Andréa no momento do acidente, não?
RAÍZA (se controla): Seu delegado eu não estive com ela ontem, não vi o carro dela passar, e se era só isso que o senhor tinha pra perguntar (Raíza se levanta) então eu vou indo.
O delegado não impede e a vê indo embora.
DELEGADO: Alguma essa garota tá escondendo.
CORTA PARA
CENA 12 APTº 403 [INT./TARDE]
Raíza adentra a sala, tensa, sem saber o que fazer.
Joana aparece empurrando a cadeira de João, tão tensa quanto ela.
JOANA: E aí, Raíza? Como foi lá?
Raíza passa a mão pela testa, cansada.
RAÍZA: Foi tenso. A polícia sempre tenta nos forçar a confessar algo que não aconteceu.
JOÃO (irônico): Que absurdo, hen.
Raíza o olha feio.
JOANA: Ari esteve aqui (Raíza a espera completar). Ela já sabe que você e o Dcr iam depor.
Raíza não gosta do que ouve e observa João a encarando.
RAÍZA: E eu imagino quem teve o prazer de contar.
JOÃO (sonso): Era segredo?
Raíza faz que vai responder, quando a porta é aberta e Josué nem fecha, assustando os demais; Encara a sobrinha com fúria.
JOSUÉ: Você quer acabar com o nome da família, é isso, Raíza? É isso?
JOANA: Por favor, seu Josué...
JOSUÉ (encarando Raíza): Fica na sua, Joana! (para Raíza) Escuta uma coisa: Se você tiver culpa na morte da dona Andréa...
RAÍZA: Foi um acidente eu não tive culpa nisso...
JOSUÉ: Cala a boca! (todos se assustam) Porque se você tiver culpa (deboche) nesse acidente, cê vai caçar teu rumo, porque aqui você não pisará mais, ouviu bem?
Raíza o encara com ódio.
RAÍZA (petulante): O apartamento tá hipotecado. O senhor não é dono de nada, só de suas dívidas!
Clima. Josué lhe acerta um TAPA deixando Joana horrorizada.
Raíza limpa o rosto enquanto lacrimeja de raiva.
RAÍZA: Um dia eu acabo com tua vida!
Ela sai.
Josué se mostra falsamente perturbado com a cena.
JOSUÉ: Eu não queria ter feito isso...Mas eu tô vendo essa garota ir pro fundo do poço cada vez mais. Alguém precisa fazer alguma coisa!
JOANA: Bater não vai resolver nada, seu Josué.
Josué lacrimeja num falso sentimento de culpa.
JOSUÉ: É, eu sei. Eu não devia ter feito isso. Vou pedir desculpas a ela. (pausa) Mas espero que isso não saia daqui...Entendeu?
Joana e João se entreolham.
CORTA PARA
QUARTO DE RAÍZA
Raíza adentra rapidamente contendo as lágrimas e senta na cama. Desiste de conter o choro e chora, penalizada com a própria situação.
FUSÃO PARA
CENA 13 FACHADA - DELEGACIA [TARDE]
Corta para o interior onde há um movimento normal. Ouvimos telefones tocarem.
Corta para uma sala.
O delegado encara alguém fora da tela com aquele olhar acusador.
DELEGADO: Quer dizer então que sua esposa se casou sem a benção da mãe, dona Andréa? O que aconteceu depois?
Dcr está sentado diante dele, tentando disfarçar o nervosismo.
DCR: Ela nunca mais deu notícias desde aquele dia.
DELEGADO: Ela devia ter ficado muito chateada por não ter estado no casamento da filha.(pausa) Ou preocupada com ela, já que, dona Ariadne Torgano estava internada numa clínica psiquiátrica até então...
DCR: Ela nunca esteve louca! A mãe que inventou isso quando...
Ele se dá conta que ia falando demais.
DELEGADO: Quando...?
Dcr respira fundo, olha o policial Diego o encarando.
DCR: A Ari se sentiu culpada pela morte do pai e...Sabe como é, né?
DELEGADO: Não, não sei.
DCR (tenso): Ela...Ficou muito nervosa e...A mãe achou melhor interná-la. Acho que bateu o desespero nela, né?
DELEGADO (desconfiado): A sua esposa deve ter ficado muito nervosa mesmo pra chegar a ser internada. E se ela chegou a ser internada de novo é porque a mãe sabia o que tava fazendo, não?
DCR (firme): Eu me casei com ela. Será que eu também preciso ser internado?
O delegado se recosta na cadeira e olha para o policial.
DELEGADO: O que você fazia até altas horas numa boate com outra mulher que não sua esposa?
Dcr muda o semblante, mas se mantém firme.
DCR: Raíza é minha amiga e namorada do meu patrão que, antes que pergunte, está de viagem. Eu trabalho lá, mas acabei perdendo a noção do tempo jogando xadrez com ela.
DELEGADO: Então vocês saíram e...?
DCR: Ahn...Passei mal. Acho que foi algo que comi...
DELEGADO (joga): Antes ou depois de serem seguidos de carro?
Dcr se mostra confuso, entreolha o policial, e volta a encarar o delegado.
DCR: Antes, durante e depois. A gente achou que fosse o nosso táxi. Se não fosse pela Raíza me ajudar eu poderia estar morto.
O delegado olha para o policial com olhar malicioso.
DELEGADO: E todos pensariam ter sido um assassinato premeditado...
Dcr o encara tenso.
DELEGADO: Não é?
Dcr se mantém quieto, enquanto o delegado faz cara de esperto para o policial que corresponde com a mesma cara.
CORTA PARA
CORREDOR
Assim que Dcr sai, dá com Ari sentada. Esta se levanta disposta e o encara séria.
DCR: Ari...
POLICIAL (O.S): Ariadne Torgano.
ARI (seca): Depois a gente conversa.
Ela sai. Dcr, preocupado, a vê entrar na sala do delegado.
CORTA PARA
CENA 14 DELEGACIA [EXT.]
Dcr desce as escadas com o celular nas mãos como quem acabou de fazer uma ligação. Para, desliga e pensa um pouco. Expressa preocupação.
FADE OUT
FADE IN
CENA 15 FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [NOITE]
Corta para o interior do APTº 403 – SALA
A mão masculina coloca o telefone no gancho. Josué se mostra indignado.
JOSUÉ: Era só o que faltava: Raíza foi presa!
Joana e João se surpreendem.
JOANA: Como assim? Por quê?
JOÃO: Será que foi o depoimento de alguém?
Todos se entreolham, abismados.
CORTA PARA
CENA 16 DELEGACIA – CARCERAGEM [INT. / NOITE]
Raíza, atrás das grades, encara alguém fora da tela com olhar fixo, expressão de raiva.
RAÍZA: Eu não preciso do seu advogado pra nada.
A câmera revela Marco diante dela, olhar desafiador, sorriso malicioso.
MARCO: Mas ele não está aqui como meu advogado, querida. Eu estou aqui para te convencer a aceitar o advogado que o SEU amigo escolheu (sorri forçado).
RAÍZA: O Dcr deu azar de escolher o TEU advogado, mas não somos obrigados a aceitá-lo.

MARCO: O seu amigo não pensa como você (Raíza estranha). Eu não comentei, mas acho que ele disse alguma coisa sobre...(cínico) Amar muito a esposa.
RAÍZA (indignada): Você o ameaçou, num é?
MARCO: Não, de maneira nenhuma. O que aconteceu entre nós foi um diálogo passível de um resultado feliz pra todo mundo.
Raíza bufa.
MARCO (continua): Você devia seguir o exemplo dele, por que... Você ama seu pai pelo menos, não?
RAÍZA: Tá ameaçando meu pai de novo, é?
MARCO: Ora Raíza, estou aqui pra te ajudar. Sua estadia neste lugar pode prejudicar e muito a carreira em ascensão de seu pai. (suspira fingindo desolação) Uma carreira tão brilhante... Ele poderia ir muito longe se continuasse neste ramo.
RAÍZA (raiva): Tá usando o meu pai pra me forçar a aceitar a sua ajuda, mas cê não vai conseguir o que quer.
MARCO (se aproxima da grade / firme): O quê? Deixar você atrás das grades por um crime que você cometeu? Ver você pagar pela morte de dona Andréa? Assistir seu pai (ênfase) morrendo de desgosto? Ou seria...Te convencer a casar comigo? O que será que eu realmente quero?
Raíza o encara, firme e com a raiva estampada no rosto.
CORTA PARA
CENA 17 DELEGACIA [EXT. / NOITE]
O corte é feito direto para Marco entrando em seu carro com ar de vitorioso.
MARCO: Não tive tempo de te dar meus sinceros sentimentos...
Ele olha para o seu lado, Ari se mostra insatisfeita.
ARI: Não tente ser agradável, tá? Não vim pra você me dar os pêsames.
Corta para o interior
MARCO (debochado): Hmmm...Dona de si, hen.
Ari lhe dá aquela olhada mantendo um semblante carregado.
ARI: Eu vim porque tô disposta a contar o que você tanto quer saber sobre a Raíza...
MARCO (surpreso): Nossa...Não imaginava...
ARI: Mas além da sua proposta...Em troca quero que você livre a Raíza e o Dcr da prisão.
Marco a olha de maneira sarcástica enquanto ela o encara firme.
A tela se fecha num baque.
A ser continuado…
SÉRIE ESCRITA POR:
Cristina Ravela

ESTRELANDO:

Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano


PARTICIPAÇÕES:

Monique Alfradique - Joana
Júlia Lemmertz - Diva
Jorge Pontual - Policial Diego
Walter Breda - Delegado Queiroz


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

Helena Fernandes - Andréa

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