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RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
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WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 22 de 23
"Abracadabra"
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Todos os direitos reservados.
Todos os direitos reservados.
FADE IN
CENA
1 CEMITÉRIO [INT. /
MANHÃ]
=
= SONOPLASTIA: Drama = =
CAM
caminha pelo local entre vários túmulos como sendo alguém.
Adiante, um cara, de terno, está agachado diante de uma lápide. CAM
vai se aproximando até parar pelas costas do rapaz.
A lápide traz a inscrição:
A lápide traz a inscrição:
Ariadne
T. Rodrigues
14-12-1986 – 30-11-2011
14-12-1986 – 30-11-2011
Nasceu
para ser livre, Morreu para ficar livre.
VOZ
FEMININA: Eu sinto muito.
O
rapaz, até então de costas, olha para trás. É Dcr, de barba por
fazer, o mesmo terno amarrotado, cara de quem não dorme há dias, e
ainda muito abalado.
DCR:
Você não deve ter trazido sua câmera, não é? Esse serviço de
espiã você não faz mais.
Rafaela
se agacha, segurando uma rosa branca. Mantém os cabelos soltos,
roupa despojada e uma bolsa grande atravessada no corpo.
RAFAELA:
Eu vim na paz. Precisava falar contigo. Fui à sua casa e sua família
não soube dizer onde você tá morando.
DCR:
Quis evitar que me procurassem...
E
se levanta, incomodado, dá as costas e começa a andar.
RAFAELA:
(se levanta) Eu sei que da última vez não tivemos uma conversa
amigável, mas eu vim em paz. Eu tinha uma coisa pra te contar no
dia...
Rafaela
vacila, penalizada. Dcr para, traumatizado.
DCR:
Não deve ser mais importante.
Rafaela
se aproxima, faz que vai tocar seu ombro, mas ele se volta deixando-a
hesitante.
RAFAELA:
(vacila) Eu só achei que eu podia ajudar em alguma coisa.
DCR:
Quando eu e a Ari precisávamos da sua ajuda, você nos deu as
costas. Agora, nós não precisamos mais.
E
Dcr vai embora. Rafaela fica ali, com cara de culpada.
CORTA
PARA
CENA
2 RUAS DA CIDADE [MANHÃ]
Dcr
vem andando, cabisbaixo, fala ao celular.
DCR:
Não, mãe, não me interessa o assunto urgente que esse Víctor tem
pra tratar comigo; Eu não quero e nem preciso olhar pra cara dele.
Imediatamente, a cena nos transporta para o outro lado da rua onde ouvimos um alarme de incêndio. Acontece uma grande movimentação, muita balburdia, e as pessoas correm assustadas.
Dcr acaba de colocar o celular no bolso da calça, quando para, sem entender nada, sem saber que direção tomar. As pessoas acabam se esbarrando nele, e num lance rápido, uma garota morena clara, cabelos pretos e, magra cai sobre os braços de Dcr, que a segura prontamente, inclinando-a. Em meio a confusão, os dois se encaram como enfeitiçados um pelo outro e, não ouvimos mais a balburdia. Dcr a inclina de volta e só então ele olha ao redor, confuso; Os dois estão no cemitério onde Dcr estava anteriormente.
GAROTA
(olhar compenetrado): Seu
desejo, para mim, é uma ordem.
Fecha
na expressão surpresa de Dcr.
2x22
ABRACADABRA
ABRACADABRA
FADE
IN
CENA
3 FACHADA - CAFÉ-VEIGA
[MANHÃ]
Corta
para o seu interior
CAM
vai se aproximando da mesa onde está Dcr e a estranha garota. Dcr
mexe em sua xícara de café; A garota bebe um mate.
DCR:
Você é uma daquelas bruxas de Salém e resolveu vir para uma
convenção? Sam é um nome bem peculiar para o seu caso.
SAM:
Há outras pessoas como eu na cidade?
Dcr
bebe um gole de café rapidamente.
DCR:
Minha esposa (Sam esboça desânimo). Mas ela morreu, sabe (Em Sam,
surpresa). Não se fazem mais bruxas como antigamente, não é?
Aquele papo de poção da juventude, vida eterna, era tudo glamour
das superproduções?
SAM
(sorri): Não sei, mas
lembro que o meu avô gostava de contar uma história em que um mago
do século 18 conhecia todos os segredos da magia. Só que, ele traiu
sua horda de companheiros que descobriram sua prática em magia
negra.
DCR:
E tudo isso começou por causa das bruxas de Salém, certamente.
SAM:
Você é engraçado. (pausa / olha-o por baixo, observa sua aliança)
Quando foi?
Dcr
toca a aliança, sentido.
DCR:
Vai fazer 1 semana amanhã (p). Minha mãe encomendou uma missa de 7º
dia, mas...Não é o meu desejo ir. Fica a dica.
Sam
ri e arranca um sorriso de Dcr.
DCR:
Cê já deve ta acostumada com essas excursões, né? (Sam sorri,
bebe seu mate) Além de cemitério, pra que outro lugar inusitado
você foi parar?
SAM:
Ahn...Deixa eu ver...Recentemente eu fui parar na sacristia de uma
igreja. O cara tava nervoso...Acho que ele queria se confessar (Dcr
solta um riso tímido).
DCR:
Grandes emoções, hen...(pensa) O que vai fazer depois daqui?
Sam
sorri, sapeca.
CORTA
PARA
CENA 4
FACHADA - ED. CIRANDA DE PEDRA [MANHÃ]
Corta para o interior do APTº 403 –
QUARTO
CAM se aproxima da SACADA, onde Raíza
está de costas e debruçada sobre o ferro. Raíza logo se volta e
entra no QUARTO.
[Cena da visão de Raíza do 1x12 se
realiza]
Raíza
está com um semblante amargo, aparenta desalento e raiva contida.
Caminha até a cômoda que, dentre
outras
coisas, falta o porta–retrato de Rafaela ao lado de Dcr, Ari e o
seu. Ela aproxima, em passos vacilantes, apanha o porta-retrato de
Ari e uma lágrima escorre sobre seu rosto.
De
repente, ouve-se um barulho de roda vindo da sala que a desconcentra.
Raíza esboça insatisfação e coloca o retrato de um jeito que cai
deitado na cômoda.
Abre
a porta e, ao adentrar a SALA, vê João Batista sentado numa cadeira
de rodas de frente pro computador e com as pernas enfaixadas.
JOÃO
(raiva): O que é? Ainda tá admirando seu feito?
Raíza encara
aquilo como a lembrar-se da visão.
João gira a cadeira e chega mais perto.
João gira a cadeira e chega mais perto.
JOÃO:
Eu fiz uma pergunta. (os dois se encaram / raiva) O que é? Ainda
sofre pela perda da amiga confidente? Tá doendo, né? Remorso agora
não serve pra nada, não, tá ouvindo?
RAÍZA:
(desvia dele) Cê tá me culpando pela morte da Ari? Não fui eu que
a joguei daquele prédio, não.
JOÃO:
Existem meios de matar uma pessoa sem estar presente.
RAÍZA:
(sarcasmo) É mesmo? Parece com prática no assunto.
JOÃO:
Não tente ser evasiva, ok? Embora você seja mestre nisso. A Ari
vivia sob sua aba, todo mundo aqui preocupado com o que ela fazia,
onde ia e o escambau...E no dia mais importante da vida dela, ninguém
consegue fazer nada? Onde você tava que não fez nada, Raíza?
RAÍZA:
(se estressa) Eu não era guarda-costas dela, tá legal?
JOÃO:
Você sempre foi guarda-costas dela!
RAÍZA:
Engraçado isso; Que eu lembre, era você que reclamava da nossa
preocupação com ela, agora tá se doendo porque seguimos a sua
recomendação? (bate palmas / irônica) Ótimo! Quase acreditei no
teu sofrimento.
João consegue se
levantar rapidamente e agarra Raíza com força.
JOÃO:
Sua sonsa! Fingida! (João cai por cima de Raíza no sofá) Você não
seguiu recomendação nenhuma! Você abandonou sua amiga porque tava
preocupada demais em me desmascarar, não é? (em Raíza lacrimejando
de raiva) Admite que você fez tudo errado, admite sua vidente
maldita!
Clima.
RAÍZA:
(empurra João) Sai de cima de mim, idiota! (Raíza se levanta, e o
enfrenta) Você não se conforma da Ari nunca ter te dado uma chance,
não é? (em João meio vacilante) A sua raiva é que enquanto ela
tava aqui, morando nesta casa, você poderia tê-la conquistado, mas
você não podia vacilar um instante, não é? Seu papel de
paralítico tinha que ser perfeito.
JOÃO:
(se levanta com dificuldade) Você não sabe de nada...
RAÍZA:
(continua / cara a cara) Mas se isso te serve de consolo, se você
não tivesse fingindo, estaria na cadeia. (provoca) Ou seja, Ari
nunca ia ser sua mesmo.
João se enche de
raiva e lhe acerta um tapa. Raíza devolve com um tapa de esquerda e
João tenta atacar novamente, mas Raíza o detém e o joga contra o
sofá.
A porta se abre, Joana assiste a cena, assustada.
A porta se abre, Joana assiste a cena, assustada.
JOANA:
Gente, o que tá acontecendo aqui?
João tenta falar,
mas Raíza é rápida.
RAÍZA:
Eu tava tentando ajudá-lo a sentar. Não é não, João?
João olha para
ela com raiva; Joana observa, com ar de cumplicidade para Raíza.
CORTA PARA
CENA 5
APTº 30 [INT. / MANHÃ]
Marco abre a porta e exibe seu
sorriso de canto, debochado.
Josué está mal encarado.
Josué está mal encarado.
JOSUÉ:
Vai ficar sorrindo pra mim como se eu fosse a Raíza?
Josué vai entrando, Marco fecha a
porta esboçando graça.
MARCO:
(irônico) Já tinha um tempo que eu estava querendo mesmo convidá-lo
para conhecer meu apartamento.
Josué se volta, mãos na cintura.
JOSUÉ:
(nervoso) A Ângela tá pegando no meu pé. Eu me lembro de ter te
falado isso, ou não?
Marco se senta no sofá, dobra as
pernas e pega seu copo de uísque.
MARCO:
E eu estava apreciando meu uísque antes de ir para o trabalho. (ele
cheira e oferece) Já provou deste?
JOSUÉ:
Não to interessado no seu uísque, dá pra me dizer como vou me
livrar daquele encosto? Ou finalmente desistiu de juntar seus trapos
finos com a louca da Raíza?
Marco se levanta e vai até o bar.
MARCO:
Você fala de um jeito...Já falei para você que no seu caso mal
resolvido eu não me meto, mas...(se volta) Sei ser um bom amigo. A
essas alturas a doutora Ângela deve estar muito ocupada com a sua
transferência para Brasília. Um ótimo lugar para se ocupar com a
justiça, não acha?
JOSUÉ:
Como é que é? E só agora você me fala isso?
MARCO:
Eu gosto de vê-lo nervoso. É uma oportunidade de treinar a minha
paciência.
Josué passa a mão pelo rosto, põe
a mão na cintura.
JOSUÉ:
E tudo isso pra se casar com a Raíza...Você não precisa do meu
dinheiro, do apartamento...Olha pra isso (mostra a sala) Você tem
tudo. Todo um esquema pra ficar perto de alguém que te despreza.
Marco disfarça a raiva.
MARCO:
Talvez eu não queira ficar perto dela, mas tirá-la de perto de
Cael. Vai me dizer que você nunca teve vontade de fazer o mesmo com
o seu irmão? (Em Josué, sério, encarando-o / Marco se aproxima)
Esse teu papel de pai preocupado, irmão consolador, não me
convence. No fundo, somos iguais.
Marco apanha sua maleta sobre o sofá
e as chaves sobre a mesa. Ele vai abrindo a porta com aquele
sorrisinho sacana.
Josué demora um pouco a acompanhá-lo, só encarando-o.
Josué demora um pouco a acompanhá-lo, só encarando-o.
Corta.
CAM mostra a CURTO-CIRCUITO de cima
CENA
6 FACHADA - CURTO-CIRCUITO
[MANHÃ]
Corta
para o interior do salão.
Os
funcionários trabalham na limpeza, arrumam cadeiras, ajeitam as
mesas.
Rafaela vem andando, olhando em toda a sua volta, esboçando preocupação.
Rafaela vem andando, olhando em toda a sua volta, esboçando preocupação.
VOZ
FEMININA: Rafaela?
Rafaela
se volta e dá com Bárbara, que logo sorrir.
BÁRBARA:
Pensei que você nunca daria as caras por aqui.
RAFAELA:
O Marco não sabe que eu vim.
BÁRBARA:
Por que se ele soubesse que somos amigas, ele poderia usar sua cabeça
como dado na roleta dele, não é?
Clima.
RAFAELA:
Olha, eu queria falar com
o Cael. Ele tá por aí?
CORTA
PARA
CENA
7 ESCRITÓRIO –
CURTO-CIRCUITO [INT. / MANHÃ]
Cael
está de costas, guardando uma pasta no armário.
Bárbara dá uma batida na porta e Cael olha, não esboçando nenhuma reação quanto à presença de Rafaela.
Bárbara dá uma batida na porta e Cael olha, não esboçando nenhuma reação quanto à presença de Rafaela.
BÁRBARA:
A Rafaela disse que precisa falar contigo.
Cael
faz que sim e se senta.
CAEL:
Tudo bem. Feche a porta, por favor.
Bárbara
sai, curiosa e fecha a porta.
Cael
e Rafaela se encaram por instantes; Ele, esperando alguma coisa; Ela,
receosa.
CAEL:
Não vai sentar?
RAFAELA:
(sentando): ‘Brigada’. (disfarça) Bom, o Marco não sabe que to
aqui. Você entende, né?
Cael
se recosta na cadeira, fitando-a.
CAEL:
(indiferente) Quem sabe.
RAFAELA:
Hoje eu tentei falar com o Dcr, mas ele mal quis falar comigo. Eu sei
que não agi como amiga, mas eu precisava saber se tem alguma coisa
que posso fazer pra ajudar.
CAEL:
(seco) Você ressuscita os mortos? (em Rafaela, sem graça) Por que
essa é a única coisa que animaria de verdade o seu amigo.
RAFAELA:
Eu sei que quando ele precisou de ajuda eu me neguei, mas juro que
não foi na maldade.
CAEL:
(por cima / seco) Você não tem que jurar nada para mim, Rafaela.
Essa já é uma história finalizada. (Rafaela abaixa a cabeça) O
Danilo perdeu a esposa e, receio que a vontade de viver também. Em
que você poderia ajudar?
Rafaela
o encara por instantes, balança a cabeça afirmativamente em sinal
de concordância forçada.
RAFAELA:
Desculpe, foi um erro ter vindo. (se levanta) Nada que eu disser vai
melhorar a situação, não é? Ninguém me entende, ninguém sente o
que to sentindo. Você jamais se preocuparia com alguém como eu que
trabalha para o Marco.
Cael
desencosta da cadeira e apoia os braços sobre a mesa.
CAEL:
Se você quer saber a verdade, tudo começou a dar errado quando o
Danilo se preocupou com você. Se não fosse por ele, você teria
sido fichada na polícia ao lado do Marco por contravenção. Isso,
se a polícia não descobrisse outros crimes, não é?
RAFAELA:
(sarcasmo) Ah, claro, falou o santo homem dos negócios. Quando foi
que você passou para o lado da lei mesmo? (Em Cael, sério) Ah, foi
quando conheceu a Raíza e ela não topava namorar um bandido, né?
(climão) Parece que isso não funcionou com o Marco. Não ainda.
Rafaela
dá as costas, mas antes de chegar à porta, se vira.
RAFAELA:
Eu tinha vindo em paz. Queria apenas ter certeza de que não foi a
minha atitude que levou Ari à morte. Só isso.
Ela
abre a porta e sai.
Em Cael, pensativo, mas mantendo a expressão de incomodado.
Em Cael, pensativo, mas mantendo a expressão de incomodado.
CORTA
PARA
CENA
8 SHOPPING [MANHÃ]
Sam
e Dcr caminham em meio a um grande movimento.
DCR:
Quer dizer que esse bruxo foi aprisionado no umbral pela própria
aprendiza?
SAM:
Conta a história que ela precisava fazer isso para o bem de todos.
Ele era a própria personificação do mal, capaz de instaurar o caos
na cidade.
DCR:
E não havia nada que pudesse ser feito para libertá-lo das sombras?
SAM:
Sim, caso fosse invocado. Por isso, Elizabeth, a aprendiza, tratou de
rogar uma praga: Aquele que invocasse o nome dele pagaria com a vida.
DCR:
Nossa! Então melhor deixá-lo quieto lá no umbral, arrastando
correntes, ok?
Sam
ri.
Eles passam ao lado de um shopping e Samantha puxa Dcr para entrar.
SAM:
Vem, vamos entrar aqui.
SHOPPING
[INT.]
Sam
admira as joias na vitrine de uma loja.
DCR:
Eu logo vi que tava faltando acessórios em você. Um cordão com uma
cruz bem grande no peito, talvez.
SAM:
(ri) Seu bobo. Não uso joias; Eu só invisto.
DCR:
(faz graça) Hmm, business, apenas business.
Ouvimos
um alarme.
Três homens, cada um deles carregando uma mochila, correm por entre as pessoas, dando início a um tumulto, muita gritaria.
Três homens, cada um deles carregando uma mochila, correm por entre as pessoas, dando início a um tumulto, muita gritaria.
Em
meio a confusão, Sam puxa Dcr na direção dos bandidos, deixando
Dcr sem entender.
DCR:
O que cê tá fazendo, Sam?
Seguranças
cercam o local, pessoas tentam se esconder, e no momento em que Sam e
Dcr estão prestes a bater de frente com os bandidos, ouvimos um
tiro.
Sam agarra na mochila de um deles e se joga no estreito corredor que dá para o toillete, fazendo Dcr cair junto.
Sam agarra na mochila de um deles e se joga no estreito corredor que dá para o toillete, fazendo Dcr cair junto.
Nesse
rápido instante, notamos o chão de terra.
Dcr sai de cima de Sam e ele, assustado, olha ao seu redor; Sam e Dcr estão novamente no CEMITÉRIO.
Dcr sai de cima de Sam e ele, assustado, olha ao seu redor; Sam e Dcr estão novamente no CEMITÉRIO.
SAM:
Você devia levar uma garota para um lugar melhor, não acha?
Dcr
olha para a mochila, surpreso.
DCR:
Sam...(Dcr abre a mochila e pega as joias roubadas) Sam, você roubou
os caras?
SAM:
Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Já ouviu essa,
né?
Fecha
em Dcr, surpreso.
FADE
IN
Colégio
França sendo visto de cima
CORTA
PARA
CENA
9 COLÉGIO FRANÇA –
CORREDOR [INT. / TARDE]
Josué
sai por uma porta segurando umas provas.
ÂNGELA:
Você foi bem rápido.
Josué
olha para trás e vê Ângela com uma cara sacana.
JOSUÉ:
Até aqui você veio me perturbar?
ÂNGELA:
Você achou que o seu comparsa pedindo a minha transferência ia
calar a minha boca? O seu irmão me convidou para um jantar de
despedida. Tá sabendo disso? João vai saber quem é o pai dele.
Josué
a empurra para um canto.
JOSUÉ:
(nervoso) Você acha que me assusta com essa ameaça? Sabe o que vai
acontecer se tu cometer essa sandice, sabe? João vai odiar a nós
dois e o Marco, não tendo mais como usar esse meu segredo, vai
vender o apartamento para um estranho e nos escorraçar de lá. É
isso que você quer, é isso?
ÂNGELA:
Chantagem emocional barata, hen. Tudo pra ter o apartamento de volta?
O Bruno tem dinheiro, pode comprar outro apartamento, o seu problema
é outro; Você não gosta de ninguém/
JOSUÉ:
(vê alguns alunos entrando) Acho melhor você sair...
ÂNGELA:
(continua) Você quer o João ao seu lado para atacar a Raíza, não
é?
JOSUÉ:
Como é?
ÂNGELA:
Você finge que se preocupa com ele para justificar sua raiva nela/
JOSUÉ:
Você já tá passando dos limites, vai embora/
ÂNGELA:
No fundo você a odeia como odiou Ramona por ela ter te trocado pelo
Bruno/
JOSUÉ:
(segura em seus ombros, com raiva) Chega! (Em Ângela, assustada)
Você não tem o direito de vir no meu local de trabalho me
importunar. Se ocupe com seus casos na justiça e me deixe em paz!
Josué
a solta sob o olhar de raiva de Ângela.
ÂNGELA:
As coisas não são assim, não.
Ângela
vai embora.
Cipriano
sai de um corredor escuro e observa Ângela partir.
CIPRIANO:
É meu amigo, parece com problemas...
Josué
lhe dá uma olhada seca.
JOSUÉ:
Eu não sou teu amigo, ok?
E
dá as costas.
CIPRIANO:
Ela está decidida (Josué para). Já pensou no que vai fazer para
desviar a atenção dela?
JOSUÉ:
(se volta / revoltado) Tá querendo me dar algum conselho? Por que a
mim você não engana com esse teu jeito de ‘O Consolador’, não.
Você gosta de usar as pessoas para alcançar suas metas.
CIPRIANO:
(por cima / sarcasmo) Eu sabia que um dia você ia reconhecer que
somos iguais. Temos metas diferentes, e o mesmo alvo; Você quer
afastar Raíza do seu irmão por vingança, e eu, quero o que me
pertence (clima). (Cipriano se aproxima / faz suspense) E então?
Vamos continuar fingindo que somos indiferentes um ao outro, ou vai
aceitar o conselho de um amigo?
Em
Josué, pensativo.
CORTA
PARA
CENA
10 APTº 215 [INT. /
TARDE]
Dcr
acaba de se sentar no sofá com uma xícara de café.
DCR:
Eu espero que vocês entendam; Eu precisava ficar sozinho, não
queria que ninguém me desse consolo.
Diva
está sentada ao seu lado.
DIVA:
Eu fiquei tão preocupada, Danilo. Nem sabia que você tinha comprado
um apartamento.
DCR:
Era pra ter sido uma surpresa para Ari...E eu que acabei surpreendido
(abaixa a cabeça, desolado).
HELENA:
(venenosa) Foi uma covardia o que fizeram. Ainda mais que ela tava
grávida/
DIVA:
Helena!
DCR:
Tudo bem (contém o choro / põe a xícara na mesa). Isso agora não
importa mais. Não posso voltar no tempo, contratar seguranças,
acompanhá-la até a igreja. Tenho que admitir que sou um fiasco para
proteger alguém.
Diva
o envolve num abraço. Helena retorce os olhos.
DIVA:
Não diga isso, meu filho. Você fez o melhor que pôde.
Ouvimos
a campainha tocar.
Helena abre a porta e Sam aparece, com uma mochila nas costas.
Helena abre a porta e Sam aparece, com uma mochila nas costas.
SAM:
Oi, o Danilo...?
DCR:
Sam? (Dcr se levanta e vai até ela, revoltado) O que cê tá fazendo
aqui?
SAM:
Eu...
Dcr
vai empurrando a garota para fora do apartamento, e bate a porta.
Diva
olha para Helena, sem entender. Logo, Helena observa algo fora da
tela.
Close
na xícara de café de Dcr.
CORTA
PARA
CENA
11 RUAS DA CIDADE [TARDE]
Dcr
atravessa o portão segurando no braço de Sam.
DCR:
Como é que você me achou aqui? Eu já não disse que só volto a
falar contigo quando você devolver essas joias?
Os
dois param na calçada.
SAM:
Eu só queria te ver feliz. Imagine tudo que a gente pode fazer
juntos com essa grana.
DCR:
(alterado) Não é de dinheiro que eu preciso. Você usa seu poder
para cometer crimes e ainda quer que eu fique feliz? A Ari morreu com
a consciência pesada por ter matado um cara, você sabe o que isso
significa pra mim, sabe?
SAM:
Você se atormenta por algo que nem fez. Eu não entendo.
DCR:
Você não entende porque não tá na minha pele...(vacila) Alguma
vez você pensou em usar o seu poder para fazer alguém feliz de
verdade? Já fez alguém reencontrar quem não vê há muito tempo?
Não, né? Você não vai conseguir me ver feliz.
Dcr
vai embora deixando Sam sem reação. Corta.
CAM
acima do ED. CIRANDA DE PEDRA [NOITE]
CORTA
PARA
CENA
12 APTº 403 – SALA
[EXT. / NOITE]
A porta é aberta. João encara Dcr
com certa antipatia, e este vai entrando.
SALA [INT]
DCR:
(apressado) A Raíza tá por aí?
João bate a porta, impaciente.
JOÃO:
Perdeu a educação, foi? Primeiro você tinha que esperar eu te
convidar a entrar, pra depois eu pensar/
DCR:
(força a educação) Você pode chamá-la ou não?
JOÃO:
(petulante) Não, não posso não. Não era nem pra você pisar aqui.
Pensa que me engana com essa cara de perdedor mal dormida, essa roupa
desalinhada? Isso tudo é culpa, tá pagando penitência, isso sim!
DCR:
(sem entender) Mas do que você tá falando?
João olha para alguém fora da tela.
JOÃO:
Fala pra ele, Raíza, fala.
Raíza está na sala, tensa.
RAÍZA:
Você deveria ter mais respeito com a dor dos outros.
JOÃO:
Respeito? Você previu a morte da Ari, e agora vem falar em respeito?
(climão / Dcr encara Raíza, surpreso) Sabia disso, Danilo? Ari
podia estar aqui agora, se não fosse a incompetência de sua amiga
aí.
RAÍZA:
(medo) Cala a tua boca, João! Cê não sabe de nada!
JOÃO:
(desafia) Ah, não sei não? Sabe o que eu sei? Que você faz
seleção; Salvou o Marco tantas vezes a quem diz odiar, mas na hora
de salvar a Ari você some. Como é que você explica isso? Onde você
tava que não foi com a Ari para a igreja, hen!
RAÍZA:
Mas que inferno! Pra que você faz isso, pra quê?
JOÃO:
Pra quê, pergunto eu. Enquanto sua querida Ari tava correndo perigo,
você se preocupava em me desmascarar/
DCR:
(explode) Chega! (João e Raíza se assustam) A Raíza não faria
isso...Ela nunca me esconderia uma coisa dessas...
JOÃO:
Ah, ela te conta tudo, é? Ela por acaso te falou que eu não sofri
acidente nenhum? (em Raíza, aflita) Que ela me jogou do viaduto? Ela
falou ou não falou?
DCR:
O quê? Mas esse cara já tá passando dos limites (olha para Raíza
/ silêncio). Ele tá mentindo, não tá?
RAÍZA:
(hesita) Tente entender uma coisa, ‘D’/
DCR:
(por cima) Você tá admitindo que usou o seu poder para tentar matar
o seu primo?
RAÍZA:
Não! Eu não tive intenção/
DCR:
Então diz que ele tá mentindo, diz! (Raíza nota o deboche em João)
Como é que eu não pensei nisso antes? Vocês viviam grudadas, como
é que você não ia prever o futuro dela?
Raíza
se mostra encurralada.
JOÃO:
(para Dcr) Não se faz de coitado você também não, tá? Porque
você também ajudou a atormentar a vida dela até o último momento
(em Dcr revoltado). Vocês dois não prestam! Acabaram com a vida da
Ari, isso sim! Ela tinha que ter ficado comigo, e não com um merda
feito você!
Dcr
parte para cima de João...
DCR:
Cala essa boca!
E
Dcr o segura pelo colarinho, joga contra o sofá e lhe acerta um
soco.
Em
Raíza, assustada.
DCR:
Seu idiota! A Ari nunca que ia ficar contigo. Seu falso cadeirante!
Olhe pro seu umbigo antes de chamar os outros de merda!
JOÃO:
(boca sangrando) Tu é um merda sim! A Ari nunca que devia ter
arriscado a vida dela salvando a tua pele. Eu, no lugar do Marco,
teria deixado você virar torresmo.
RAÍZA:
O quê?
JOÃO:
É isso mesmo. (para Dcr) Por que você acha que o Marco poupou sua
vida quando você invadiu o escritório dele, hen? (Dcr olha para
Raíza esboçando desconfiar) Será que a Ari andou trocando
informações com ele, será?
Espanto
em Dcr.
DCR:
Isso é verdade, Raíza?
Raíza
sofre, tenta dizer algo, mas não consegue.
DCR:
Então é isso? É isso que eu to pensando? A Ari entregou um falso
segredo seu pro Marco?
RAÍZA:
Não! (vacila) Olhe ‘D’, ela não tava atormentada por isso (Dcr
se atordoa), mesmo porque, ela falou a verdade.
Em
João, que se espanta.
JOÃO:
Como assim? Que verdade?
RAÍZA:
Ela revelou um dos meus segredos verdadeiros, Dcr. (choque em João)
Mas pro Marco pareceu um absurdo, e como ele não tem como saber/
João
se levanta num impulso e agarra Raíza.
JOÃO:
Sua idiota! Você deu a entender que ela tinha entregado um falso
segredo, como é que você me vem com essa? Diz, sua vaca!
RAÍZA:
(chocada) Peraí! Você ouviu a nossa conversa? (os dois se encaram /
Dcr observa já horrorizado com a cena) Por isso essa raiva
toda...Você bateu pro Marco que a Ari havia mentido, achando que ele
mataria o Dcr, não é isso?
É
a vez de João ficar encurralado.
DCR:
Vocês dois se merecem!
Dcr,
bastante desnorteado, vai cambaleando até a porta.
RAÍZA:
Dcr! Dcr!
Dcr
abre a porta e dá de cara com Bruno, Josué, Ângela e Joana.
BRUNO:
Dcr! Que bom te ver/
Dcr
vai embora deixando todos sem entender nada.
Josué
observa a cara de aflição em João e Raíza.
JOSUÉ:
O que aconteceu aqui?
Em
João, assustado; Raíza com medo.
CORTA
PARA
CENA
13 RUAS DA CIDADE [NOITE]
Flashes
rápidos mostram Dcr andando pelo asfalto, sem rumo, mão na cabeça,
sofrendo muito.
=
= FLASHBACK em áudio = =
JOÃO:
Não se faz de coitado você também não, tá? Porque você também
ajudou a atormentar a vida dela até o último momento. Vocês dois
não prestam!
[...]
RAÍZA:
[...] Você bateu pro Marco que a Ari havia mentido, achando que ele
mataria o Dcr, não é isso?
[...]
=
= FIM DO FLASHBACK em áudio = =
Ouvimos
buzina.
Dcr olha para trás e a luz do farol de um carro acende em sua cara, mas ele nem se esquiva. Ouvimos o carro parar, a luz se apaga deixando Dcr na penumbra.
Dcr olha para trás e a luz do farol de um carro acende em sua cara, mas ele nem se esquiva. Ouvimos o carro parar, a luz se apaga deixando Dcr na penumbra.
Dcr
permanece parado, enquanto ouvimos alguém sair do carro e caminhar
na direção dele.
DCR:
Você podia ter me matado se quisesse.
MARCO:
(sarcasmo) Eu tenho um jantar para ir, no apartamento da minha noiva,
não posso me atrasar. Quer uma carona?
DCR:
A última vez que entrei no se carro eu não tive uma viagem muito
confortável, não. (devolve o sarcasmo) O seu porta-malas é
apertado. Já te disseram isso?
Marco
esboça uma satisfação irritante.
MARCO:
Águas passadas, meu amigo. O importante é que você está vivo.
DCR:
Graças a Ari, não é? (Marco esboça indiferença / Dcr está um
pouco ofegante) Se eu tivesse morrido, a Ari estaria viva, Marco?
MARCO:
O que uma coisa teria a ver com a outra?
DCR:
Me responda você; O que você fez ao descobrir que foi enganado?
(Marco não gosta) Eu to vivo graças a uma mentira. Não tem ninguém
olhando, Marco, por que não aproveita?
Um
homem negro, de terno, aparentando ser um segurança, sai do carro de
Marco. Este faz um sinal para ele ficar onde está.
MARCO:
Escuta, garoto, você não está bem. Se você quer se matar, faça
isso no aconchego do teu lar, ok?
E
ele dá as costas.
DCR:
E se ela tivesse falado a verdade? (Marco para / Dcr atrás dele) Ou
se eu tivesse uma verdade maior ainda? (Marco se volta, curioso) Você
ainda quer saber o grande segredo de Raíza, não quer?
Marco
só espera, duvidando.
Dcr
se aproxima do foco da luz do poste e notamos seu rosto suado, olhar
cansado, opaco, em um semblante magro.
DCR:
E então?
MARCO:
Você não está bem.
DCR:
(vacila a voz) Você... Você já deve ter se perguntado (pisca os
olhos lentamente) por que ela sempre acaba... Te salvando, não é?
(ri estranhamente) É que a Raíza...
Dcr
reclama de dor no estômago.
DCR:
A Raíza, ela /
Dcr
reclama mais, vai perdendo as forças e acaba se segurando nos ombros
de Marco.
Os
dois se encaram, Marco não tenta apoiá-lo, mas olha espantado para
ele.
Dcr
não resiste e acaba caindo inconsciente ao chão.
SEGURANÇA
#1: O que houve, senhor?
Marco
se agacha, toca a jugular de Dcr e se levanta.
MARCO:
Vamos sair daqui. Ele resolveu morrer numa hora imprópria.
Marco
sai de cena; O segurança#1 observa Dcr;
Em
Dcr estirado na calçada. Corta.
Acima
do Ed. Ciranda de Pedra
CORTA
PARA
CENA
14 APTº 403 – SALA
[INT. / NOITE]
A
porta é aberta. Marco sorri descaradamente e vai entrando.
MARCO: Boa noite, Bruno.
MARCO: Boa noite, Bruno.
Bruno
apenas faz um cumprimento com a cabeça, insatisfeito.
MARCO:
Boa noite a todos!
Em
Ângela, Joana e Josué sentados no sofá, além de João em sua
cadeira de sempre.
ÂNGELA
e JOANA: Boa noite.
JOÃO:
Boa noite...
Josué
nada diz.
Marco
vai até Ângela e a cumprimenta.
MARCO
(sonso) Soube que a senhora foi transferida para Brasília? (se
senta, sem cerimônias)
ÂNGELA:
(espia Josué) É, é verdade sim. Mas como eu tava dizendo para
eles, a distância não me impedirá de resolver pendências por aqui
(para Josué, que não gosta).
Marco
apanha um copo de suco em uma bandeja sobre a mesa de centro, sob o
estranho olhar de Josué.
MARCO:
Com licença.
Marco
bebe o suco e depois procura ao redor.
MARCO:
Onde está a minha noiva?
De
repente, Raíza surge da porta da cozinha com uma bandeja de canapés.
Com ar estagnado, pálida, arroxeada, suando frio, Raíza caminha sem
firmeza.
BRUNO:
Olha ela aí.
Raíza
deixa a bandeja cair, assustando a todos, e cai no chão. Bruno e
Marco tentam socorrer e veem Raíza gemendo de dor, fora de si.
Em
Marco, assustado.
Clima
de forte suspense no ar.
CORTA
PARA
CENA
15 RUAS DA CIDADE [NOITE]
Dcr
continua estirado na calçada. Ouvimos passos rápidos, enquanto nos
aproximamos da cena.
Quando
a pessoa se agacha, vemos se tratar de Sam. Sam esboça tristeza e
acaricia o rosto de Dcr.
SAM:
Dcr! (p) Dcr! Você não pode estar morto, não pode!
Close
no rosto de Sam quando um FLASHBACK SE ABRE:
DCR:
[...] Alguma vez você pensou em usar o seu poder para fazer alguém
feliz de verdade? Já fez alguém reencontrar quem não vê há muito
tempo? Não, né? Você não vai conseguir me ver feliz.
=
= FIM DO FLASHBACK = =
SAM:
(olha para Dcr): Vou sim...O seu desejo, para mim, é uma ordem.
E
Sam o abraça, CAM dá um close, e logo se afasta;
Sam olha ao redor, enquanto Dcr abre os olhos.
Sam olha ao redor, enquanto Dcr abre os olhos.
DCR:
(confuso) Sam?
Dcr
se levanta como se nada tivesse acontecido, observa que está no
corredor de um HOSPITAL.
DCR:
O que eu to fazendo aqui?
SAM:
Eu só realizei o teu desejo...
Dcr,
temeroso, caminha pelo corredor branco, entre portas fechadas, e Sam
vai atrás.
Pelo ponto de vista de Dcr, algumas enfermeiras passam a nossa frente, e existe algo estranho no ar. Entre portas fechadas, há uma entreaberta que causa certa hesitação; Porém, Dcr se arrisca, e entra.
Pelo ponto de vista de Dcr, algumas enfermeiras passam a nossa frente, e existe algo estranho no ar. Entre portas fechadas, há uma entreaberta que causa certa hesitação; Porém, Dcr se arrisca, e entra.
QUARTO
[INT.]
Sob
a penumbra, Dcr se surpreende com algo que vê; Ari está deitada na
cama, e logo abre os olhos.
DCR:
(emocionado) Ari?
ARI:
(sorri triste) ‘D’...Me disseram que você viria. Não acreditei.
Dcr
toca suas mãos, chora de felicidade.
DCR:
Por que você tá aqui? Não era nesse lugar que eu te imaginei... O
que estão fazendo contigo?
ARI:
(ressalta) O que você tá fazendo comigo, ‘D’?(reação em Dcr /
Sam observa lá trás). Eu ouço tua voz...Você me
chamando...(sofre) A sua tristeza me faz sofrer muito.
DCR:
(voz embargada) E como é que você quer que eu fique? Quer que eu
finja que nada aconteceu? Quer que eu esqueça que você existe?
(engole o choro) Eu não consigo.
ARI:
Você tá fazendo mal a mim e a todos a sua volta. Eu ouço teus
pensamentos de revolta contra a Raíza, sua vontade de largar tudo
e...(vacila)... Isso me perturba muito. Você tem que voltar e ajudar
a Raíza. Você será a única pessoa capaz de fazer isso.
DCR:
Como é que você pode me pedir isso? Ela não precisa de mim, nem eu
preciso voltar (p). Eu vou ficar aqui.
Em
Sam, preocupada, aproxima-se da cama.
SAM:
Danilo, por favor, eu não posso voltar sozinha.
DCR:
Você pode encontrar
alguém que queira voltar pra Terra. Mas eu não saio daqui.
A
porta é aberta estupidamente e Andréa entra com cara de poucos
amigos.
ANDRÉA:
Saia já daqui, rapaz! (espanto em Dcr) Você tem que voltar agora!
Reação
em Dcr e Sam.
Ouvimos
burburio ao longe.
DCR:
Dona Andréa? O que tá acontecendo?
ANDRÉA:
Eles já sabem que você e essa garota estão aqui.
SAM:
Eles, quem?
ARI:
Os maus espíritos. Eles só conseguem entrar aqui quando são
atraídos pela mesma energia. A sua energia, ‘D’, está negra.
Fuja!
Sam,
rapidamente, segura nos braços de Dcr.
SAM:
Vamos, Danilo! Deseje voltar! Anda!
Dcr
hesita, olha para Ari que faz um sinal com a cabeça de positivo. De
repente, ouvimos um forte zunido de vento, em seguida, Andréa é
derrubada – susto nos demais - e imediatamente, Dcr voa de forma
violenta, ultrapassando as paredes.
ARI:
Corre!
Sam
SAI do quarto, desesperada, e corre.
CAM
por trás dela.
SAM:
Danilo! Danilo!
Sam
é jogada para o lado e cai no chão. Imediatamente, Sam se vê sobre
o corpo de Dcr na CALÇADA.
RUAS
DA CIDADE [NOITE]
Sam
sacode Dcr, em vão.
SAM:
Danilo!
CORTA
PARA
CENA
ANTERIOR – HOSPITAL - CORREDORES [INT. / NOITE]
Dcr
se levanta, assustado, em um ambiente sombrio, paredes sujas, e
fiação elétrica causando curto.
DCR:
Sam? Ari?
Uma
sombra negra atravessa o corredor pela extrema direita. Dcr se
assusta, ouvimos um zunido, e Dcr olha para a esquerda; Outra sombra
negra atravessa o corredor.
Dcr
se enche de coragem e segue a sua frente, abre portas que dão para
uma sala vazia, abre outras, e nada. Em uma delas, ao fechá-las, dá
de cara com Andréa.
DCR:
(susto) Dona Andréa...Cadê a Sam? Eu não queria causar isso tudo.
ANDRÉA:
Ela já voltou. Agora é a sua vez.
Andréa
agarra seu braço.
DCR:
Espere! (Andréa para) Eu não posso voltar sem saber a verdade.
ANDRÉA:
Não temos muito tempo, garoto!
DCR:
Eu preciso saber o que a senhora sabe sobre o Cipriano. A Ari foi
batizada por ele, não foi?
ANDRÉA:
(firme) Mas que teimoso, hen... Eu tenho que admitir que tu é um
garoto corajoso. Não é qualquer um que enfrenta um bruxo das trevas
que nem ele.
Baque
em Dcr.
DCR:
Tá me dizendo...?
ANDRÉA:
Que sim. Foi dessa forma que o Luíz aceitou pagar de pai adotivo; Se
aproveitando dos poderes dela...Agora vamos, que o seu tempo na terra
está acabando.
Os
dois correm, ouvimos zunidos por toda a parte.
DCR:
Mas como a senhora sabe que ele é um bruxo? Por que Ari nunca me
contou isso?
ANDRÉA:
Porque bruxos quando se sentem ameaçados, gostam de exibir seus
poderes. (encara Dcr) Você devia saber disso, né? Ele não queria
que eu exigisse a paternidade da Ari ao avô de Raíza. (Em Dcr
chocado) Ele queria algo que pertencia a ela, e que iria pertencer a
Ari...
DCR:
E porque tá me ajudando? A senhora nunca gostou de mim.
ANDRÉA:
Não é que eu não gostava de você; (os dois param diante de uma
porta) Mas eu não podia admitir que a minha filha se sentisse mais
segura ao lado dos outros.
Andréa
abre a porta por onde entra um vento forte.
ANDRÉA:
Agora vai! Reaja!
Dcr
olha para o breu, sem entender.
DCR:
Quê?
ANDRÉA:
(empurra Dcr) REAJA!
DCR:
Não!
Dcr
é jogado na escuridão. Ouvimos vozes que se alternam entre
femininas e masculinas:
VOZES:
Reaja! Reaja!
Dcr
esboça desespero, CAM se aproxima ao máximo de seu rosto e, o que
seria o impacto da queda...
CORTE
CASADO EM
CENA
16 HOSPITAL CENTRAL –
UTI [INT./NOITE]
Dcr
na cama enquanto um desfribilador é usado para ressuscitá-lo.
MÉDICO:
Reaja, rapaz!
Ouvimos
batimentos cardíacos.
Os médicos e enfermeiros comemoram.
Os médicos e enfermeiros comemoram.
MÉDICO:
Ele vai ficar bem.
FADE
OUT
FADE
IN
CENA
17 FACHADA – HOSPITAL
CENTRAL [NOITE]
Corta
para o seu interior – Sala de espera
Assim
que o médico da cena anterior aparece com um prontuário, tanto
Bruno, quanto Marco e Diva vão até ele, preocupados.
BRUNO:
Doutor, como tá a minha filha? A Raíza.
DIVA:
E o Danilo? Eu sou a mãe dele, disseram que ele tava desmaiado numa
calçada.
MÉDICO:
Estão todos bem, (alívio em Bruno e Diva / o médico olha o
prontuário), mas foram dois casos interessantes...Danilo Rodrigues
sofreu uma intoxicação grave, mas ainda não sabemos a causa. Já
Raíza...
BRUNO:
O que tem ela?
MÉDICO:
A sua filha surpreendeu toda a equipe médica; Ela sofreu uma
overdose de drogas; Poderia ter morrido.
Espanto
nos demais.
BRUNO:
O doutor disse “drogas”?
MÉDICO:
Sim, um psiquiatra irá examiná-la, mas seria muito bom se o senhor
trouxesse a receita dos remédios que ela toma; Talvez seja o caso de
trocar.
Em
Bruno, estarrecido.
Marco olha para Josué, sentado, que devolve o olhar, sem cerimônia.
Marco olha para Josué, sentado, que devolve o olhar, sem cerimônia.
CORTA
PARA
CENA
18 QUARTO 207 – HOSPITAL
CENTRAL [INT./ NOITE]
Dcr
abre os olhos, confuso, e vê alguém fora da tela; É Marco, mãos
nos bolsos da calça, faz que espera alguma coisa.
DCR:
Eu to num hospital? Cadê a Sam? (tenta se levantar, olha para um
lado e para o outro) A Ari, onde...(Dcr se dá conta, deita
novamente)
MARCO:
Não sei quem é Sam, mas parece que foi ela quem te salvou.
DCR:
Eu não me lembro disso.
MARCO:
Você tava me contando o segredo de Raíza quando desmaiou (reação
em Dcr). Eu pensei que você estava morto. Não lembra de nada?
Marco
vai se aproximando tornando tudo mais tenso.
MARCO:
Eu só não entendi aquela parte em que ela sempre acaba me salvando.
Não faz muito sentido, não é?
DCR:
Eu te contei o segredo dela? (Marco faz que sim / Dcr é sarcástico)
E você não está chocado? Achei que depois de descobrir que Raíza
nunca queria ter te conhecido você acabaria surtando.
Marco
fecha a cara.
MARCO:
Isso não justifica ela sempre acabar salvando a minha vida.
DCR:
Como não? Ela tem que bancar a boa moça. Você estaria morto, se
ela não tivesse te conhecido. Lembra disso, não lembra?
Marco
se afasta, encarando-o com ódio.
CORTA
PARA
CENA
19 HOSPITAL – QUARTO 207
[EXT. / NOITE]
Marco
acaba de fechar a porta, segurando a raiva. Ele dá uma parada,
respira fundo, e some da tela.
CORTA
PARA
CENA
20 HOSPITAL – QUARTO 306
[INT. / NOITE]
Raíza
está sentada na cama, chocada com algo que acaba de ouvir de seu
pai.
RAÍZA:
O quê? Eu jamais tentaria o suicídio, pai!
Josué,
de pé, próximo à porta.
JOSUÉ:
E como é que você explica uma cartela de comprimidos em seu
nécessaire, hen?
Raíza
olha para Bruno. Este faz que espera.
RAÍZA:
Pai, eu não sei de nada disso, juro! (Josué bufa) Alguém deve ter
plantado isso nas minhas coisas/
JOSUÉ:
(por cima) Alguém, quem? (p) Anda! To esperando. Em quem você vai
pôr a culpa pelos seus vícios, hen?
BRUNO:
Josué, vamos com calma!
Josué
se cala, com raiva.
Bruno segura as mãos de Raíza.
Bruno segura as mãos de Raíza.
BRUNO:
Filha...Eu sei que você não tem passado por bons momentos, mas...
RAÍZA:
Pai, por favor! É óbvio que estão tentando acabar comigo, não vê?
JOSUÉ:
(instiga) Quem? Você tem algum suspeito? Quem vive no apartamento e
poderia ter feito isso? (Em Raíza, com raiva) Foi o Marco? Eu? O seu
pai?
RAÍZA:
(provoca) O João?
JOSUÉ:
Ah, claro, o mesmo que cortou seus pulsos, o mesmo que incendiou a si
próprio, não é? Não se esqueça que você é reincidente, viu.
Bruno
se levanta e encara Josué.
BRUNO:
Já chega! Se ela diz que tentaram acabar com a vida dela, e nem é a
primeira vez, eu acredito. Mas se você não é capaz de ajudar, não
tente complicar as coisas.
JOSUÉ:
Ah, é? Então vai em frente. Cubra as loucuras da sua filha, mas
depois, não vem chorar pitangas aqui ó (bate no próprio ombro),
que eu não vou te consolar.
E
Josué abre a porta e sai.
Bruno se volta para Raíza, que sorri mais aliviada.
Bruno se volta para Raíza, que sorri mais aliviada.
CORTA
PARA
CENA
21 ESTACIONAMENTO [INT. /
NOITE]
De
costas, Josué, com uma chave na mão, caminha rapidamente por entre
carros. Forte suspense.
Alguém
faz Josué virar de frente e lhe dá um soco. Josué se apoia no capô
de um carro, e Marco o pega pelo colarinho, espumando de ódio.
MARCO:
Você acha que pode brincar comigo, acha? Aquele suco era pra mim,
não é? (O nariz de Josué sangra) FALA!
JOSUÉ:
(debocha) A Raíza se droga e você que fica paranoico?
MARCO:
Responde direito!
JOSUÉ:
(esboça um sorriso de ódio e ao mesmo tempo, nojo) Olha pra
você...Você se julga muito inteligente, não? Se veste com a melhor
marca, bebe do melhor uísque, conhece os melhores restaurantes...Mas
não passa de um romântico oprimido tentando esquecer o trágico
passado que teve.
MARCO:
Você cala a tua boca! Você é um idiota. Nem competência para me
matar, você teve!
JOSUÉ:
Já parou pra pensar que talvez eu não quisesse te matar? (choque em
Marco) Mas sim, deixar todos pensarem que ela tentou o suicídio?
MARCO:
O quê?
JOSUÉ:
Vai me dizer que você nunca teve vontade de fazer o mesmo com o seu
irmão? (olho no olho / desprezo) Nunca, né? Acho que não somos tão
iguais assim.
Climão.
Fecha na expressão surpresa de Marco.
Fecha na expressão surpresa de Marco.
FADE
IN
Cenas
do trânsito e nuvens se movendo rapidamente.
=
= Passagem de tempo = =
CENA
22 FACHADA – PRESÍDIO
[MANHÃ DO DIA SEGUINTE]
Corta
para o interior da sala de visitas
Um
homem acaba de se sentar diante de uma mesa. É Víctor Leme, com a
barba por fazer e bastante humilde.
VÍCTOR:
Pensei que você não viesse.
Dcr,
mais alinhado e de barba feita, está diante dele com uma expressão
firme.
DCR:
O que você quer?
Víctor
se mostra envergonhado, abaixa a cabeça o tempo todo.
VÍCTOR:
Te pedir perdão (Dcr apenas observa, fazendo-se de forte). Eu sei
que não vai adiantar nada/
DCR:
E não adianta mesmo; A Ari te pedia perdão, e nunca adiantou, né?
Você foi até o fim com o seu propósito.
VÍCTOR:
Eu não matei a garota. Cê tem que acreditar em mim! Tinha outra
pessoa naquele prédio/
DCR:
(não acredita / põe os cotovelos sobre a mesa) Essa história eu já
conheço; Me conta algo novo.
Víctor
hesita.
VÍCTOR
(toma coragem): Foi o
Marco (Dcr ouve atento, curioso). Ele me falou de uma cilada que
estavam armando contra mim, a pedido da Ari. Mas ele falou também
que eu não precisava me preocupar, pois o caminho tava livre.
Dcr
segura as lágrimas, abaixa a cabeça.
VÍCTOR:
Eu não matei a garota. Você viu o que a polícia falou, não viu? A
arma não tava carregada, eu só queria assustá-la.
DCR:
Você conseguiu.
Dcr
se levanta e vai até a porta.
DCR:
(para um carcereiro) Já terminei.
Víctor
se levanta e segura em seu braço.
VÍCTOR:
Por favor, cara. Eu não empurrei a garota daquele prédio, não fui
eu.
O
carcereiro abre a porta, Dcr sai, e a porta é fechada. Víctor
segura nas grades.
VÍCTOR:
Me escuta! Eu não posso pagar por um crime que eu não cometi! Eu
não matei ninguém!
DCR:
Você também foi condenado por rapto. Foi assim que tudo começou.
E
Dcr vai embora.
Em Víctor, desolado.
Em Víctor, desolado.
CORTA
PARA
CENA
23 PRESÍDIO [EXT. /
MANHÃ]
Dcr
sai cabisbaixo, mostrando-se um pouco abalado com o que acabara de
escutar. Desatento, passa por Sam, encostada em um muro.
SAM:
Eu sabia que eu não devia seguir seus passos de novo.
Dcr
olha para trás, sorri surpreso.
Sam
se aproxima.
SAM:
(cont.) Você sempre acaba indo a lugares pouco convencionais, né.
DCR:
Sam! Achei que eu não fosse te ver nunca mais.
SAM:
Na verdade, pensei o mesmo de você. Eu não devia ter feito a sua
vontade, a gente podia ter morrido.
DCR:
Desculpe por isso. Acho que me empolguei.
Sam
abaixa a cabeça, sorri sem jeito.
DCR:
Bem...O que você pretende fazer agora?
SAM:
Me entregar à polícia (Dcr se surpreende). Devo isso a você.
DCR:
Por causa daquelas joias? A gente pode inventar que, naquela
confusão, você pegou a mochila, mas que ia/
SAM:
Não, Danilo. Você tava certo quando disse que eu uso meu poder para
cometer crimes. A gente se conheceu quando eu fugia de um roubo que
eu havia cometido. Acionei o alarme de incêndio e causei aquele caos
que você lembra bem.
Dcr,
meio chocado, não sabe para que lado olhar.
DCR:
Tudo bem...Ahn...Você não foi a primeira, garanto. Digo, a primeira
a fazer mau uso do seu poder. (balança a cabeça afirmativamente
como se quisesse se convencer disso) Mas por que você faz isso?
SAM:
Quando você tem um poder nas mãos, e não pode salvar quem você
ama, você acaba se convencendo de que não foi para isso que você é
ou se tornou especial.
Os
dois se encaram por instantes. Sam o abraça.
DCR:
Estranho...A gente continua no mesmo lugar.
Sam
desfaz o abraço, rindo.
SAM:
Talvez porque eu esteja certa de onde eu quero ir. (p) Até breve.
Sam
lhe dá um rápido beijo no rosto, depois dá as costas e se afasta.
DCR:
Espere! (Sam se volta) Lembra quando você falou de um bruxo que foi
aprisionado no umbral?
SAM:
Sim, eu lembro. Por quê?
DCR:
Você acabou não dizendo o nome dele.
SAM
(pensa um pouco): Ahn...O
nome dele era...Cipriano. (choque em Dcr) Isso, era Cipriano.
Reação
em Dcr.
FADE
OUT
FADE
IN
=
= Tocando: The
Future Never Dies – Scorpions
= =
CENA
24 CEMITÉRIO [INT. /
MANHÃ]
[Efeito
câmera lenta]
Dcr,
segurando uma rosa branca, caminha em passos firmes por entre
lápides. Algumas pessoas passam por ele, de cabeça baixa.
Dcr para diante do túmulo de Ari, encara o local de cabeça erguida, segurança no olhar, como se estivesse pronto para alguma coisa.
Dcr joga a rosa sobre o túmulo.
Dcr para diante do túmulo de Ari, encara o local de cabeça erguida, segurança no olhar, como se estivesse pronto para alguma coisa.
Dcr joga a rosa sobre o túmulo.
FUSÃO
PARA
CENA
25 IGREJA - SACRISTIA
[INT. / MANHÃ]
Sob
a penumbra, João Batista, em sua cadeira, olha a foto de Ari
esboçando lamento.
Uma
lágrima escorre em seu rosto.
FUSÃO
PARA
CENA
26 DELEGACIA - CORREDOR
[INT. / MANHÃ]
Sam
é levada por dois policiais. Um deles abre a cela e Sam entra.
Os policiais dão as costas. Sam, triste segura nas grades, sem esperança.
Os policiais dão as costas. Sam, triste segura nas grades, sem esperança.
FUSÃO
PARA
CENA
27 MANSÃO DE CAEL [INT. /
MANHÃ]
A
mão masculina empurra um estojo preto pela mesa, a tempo de outra
mão feminina segurar.
CAM revela Rafaela em pé, meio insegura; Ela abre o estojo que contém, aparentemente, um simples relógio com pulseira de aço, e olha para frente; Cael, sentado, faz um sinal com a cabeça de positivo.
CAM revela Rafaela em pé, meio insegura; Ela abre o estojo que contém, aparentemente, um simples relógio com pulseira de aço, e olha para frente; Cael, sentado, faz um sinal com a cabeça de positivo.
Rafaela
coloca no pulso, encara Cael mais uma vez, e dá as costas.
Enquanto Cael a observa lá trás, Rafaela vem andando, como quem toma coragem, até atravessar a tela.
Enquanto Cael a observa lá trás, Rafaela vem andando, como quem toma coragem, até atravessar a tela.
FUSÃO
PARA
CENA
28 IGREJA [MANHÃ]
Há
poucas pessoas sentadas, o padre discursa durante a missa, mas não
ouvimos.
Dentre
os que assistem, estão Bruno, Josué, Cael, Marco, Helena e Diva.
Dcr
aparece da porta, para, mas firme, adentra até chegar à fileira
onde Raíza está sentada. E senta ao seu lado.
Raíza
lhe dá uma olhada; Dcr toca sua mão sobre o braço da cadeira e
olha para ela, sorrindo discretamente.
Raíza
se emociona.
Dcr,
em seguida, olha para o outro lado onde se encontra sua tia Helena.
Esta sorri, fingida. No mesmo ângulo, Rafaela está sentada logo
atrás dela, sorri para ele, timidamente.
Em Dcr, esperto.
Em Dcr, esperto.
[Fim
da câmera lenta]
CORTA
PARA
CENA
29 FACHADA – ED. CIRANDA
DE PEDRA [MANHÃ]
Corta
para o interior do APTº 403 – SALA
Raíza
está sentada diante de seu computador com uma expressão de
estranheza.
Uma
tela de email está aberta com a seguinte mensagem: “Raíza,
Isso tava com o João o tempo/”.
A
mensagem está cortada, o remetente é de um celular, e a data do
envio é de 30 de novembro, data da morte de Ari.
Raíza clica no anexo e se surpreende;
Raíza clica no anexo e se surpreende;
O vídeo mostra cenas da discussão entre ela e João antes do acidente dele.
Horrorizada,
Raíza fecha o vídeo e se levanta rapidamente.
Corte
rápido
CENA
30 QUARTO DE JOÃO –
APTº 403 [INT. / MANHÃ]
Raíza
vasculha o quarto de João.
Num efeito de transição rápida, Raíza olha embaixo do colchão, dentro de gavetas, abre portas, e nada.
Num efeito de transição rápida, Raíza olha embaixo do colchão, dentro de gavetas, abre portas, e nada.
Frustrada, Raíza vai olhando o quarto todo, como a inspecionar. É quando foca numa pequena caixa de som.
Raíza coloca a mão por dentro de um vão na caixa e encontra o celular.
Em
Raíza, com ódio.
FADE
TO BLACK
A
música termina nos créditos.
= = FIM DO EPISÓDIO = =
SÉRIE
ESCRITA POR:
Cristina Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
Cristina Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
PARTICIPAÇÕES:
Monique Alfradique - Joana
Alexandre Barilari - Víctor
Júlia Lemmertz - Diva
Thaís de Campos - Helena
Monique Alfradique - Joana
Alexandre Barilari - Víctor
Júlia Lemmertz - Diva
Thaís de Campos - Helena
PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL:
Bianca Comparato - Sam
Helena Fernandes - Andréa
Vera Zimmerman - Ângela
Bianca Comparato - Sam
Helena Fernandes - Andréa
Vera Zimmerman - Ângela
TRILHA
SONORA:
The Future Never Dies - Scorpions
The Future Never Dies - Scorpions
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