0:00 min       E VAMOS À LUTA!     NOVELA
23:00 min    

WEBTVPLAY APRESENTA
E VAMOS À LUTA!
Novela escrita por
Débora Costa

BASEADA NA OBRA 'A FÁBRICA', DE GERALDO VIETRI
Colaboração
Tainá Andaluz

Revisão de Texto
Cristina Ravela
Marcelo Delpkin

Direção
Wellyngton Vianna

Núcleo
Cyber TV

Personagens desse capítulo
Alex
Alfredo
Amanda
Ângela
Bruno
Camila
Célia
César
Clarice
Daniel
Denise
Eduarda
Erasmo
Fábio
Gabriel
Isadora
Ivan
José
Josivaldo
Juliana
Kira
Liz
Lúcia
Manuela
Marta
Nicolas
Otaviano
Patrícia

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Todos os direitos reservados.
Capítulo 05 de 37

 Cena 1/Ext./Tecelagem Santa Isabel/Pátio/Dia.

Liz está impaciente. Josivaldo, José, Nicolas, Ivan, e Fábio chegam.

LIZ

Já estava na hora de chegar, achei que nem viriam.

FÁBIO

Como eu disse, hoje é sábado/

LIZ

Não vamos perder tempo com blá, blá, blá. Eu chamei vocês aqui, porque tenho algo importante a dizer.

JOSÉ

(preocupado) Não me diga que a senhora mudou de ideia e vai demitir a gente?

LIZ

(sorri um pouco) Não, eu não mudo de ideia fácil. Vocês durante muito tempo não receberam os benefícios que têm direito, e não sei como não reclamaram. 

IVAN

Reclamar, a gente reclamou, mas nunca deu certo, entrava por um ouvido do Alex, e saía pelo outro, isso se chegava a entrar.

NICOLAS

Não teve muita opção, ou era trabalhar pelo salário, ou sair e ficar sem ele, por aqui gente com pouco estudo, não tem muita chance.


JOSIVALDO

O Alex, sabendo disso, pegou tudo mundo pra burro de carga.

FÁBIO

(cruza os braços) A conversa tá boa, mas eu preciso ir embora, o que tanto a ma/(se corrige)senhora, quer falar?

LIZ

(resmunga) Falando em burro, lá vem ele dar coices. 

José, Ivan, Nicolas, e Josivaldo riem discretamente, Fábio revira os olhos.

LIZ

Eu precisava falar que já dei um jeito, e essa semana mesmo, todos vão receber os benefícios atrasados, e que desse momento em diante, vão receber o que é de direito de vocês, e isso vou cuidar pessoalmente.

José, Ivan, Nicolas, Josivaldo, ficam contentes, Fábio disfarça, mas também gosta.

JOSÉ

(sorri) Poxa, muito obrigado, dona Liz, esse dinheiro vai ser mais que bem-vindo, tenho dois filhos que estão estudando, um está na faculdade, e eu faço questão de ajudar.

LIZ

Você faz muito bem, José. E também quero falar que o refeitório será ampliado, realmente é muito pequeno.


JOSIVALDO

Se a senhora quiser, eu posso ajudar nessa parte.

NICOLAS

Eu também.

LIZ

Ótimo, assim não preciso ir atrás de pedreiro, vocês serão pagos pelo serviço. Bem, era isso, agradeço por terem vindo. (a Fábio) Agora você já pode ir, imagino quantos compromissos importantes você têm hoje.

Liz entra na administração, José ri.

FÁBIO

Eu posso com isso? A madame resolveu implicar comigo.

JOSÉ

E você com ela.

FÁBIO

Não implico, ela que é muito metida.

NICOLAS

Eu vou medir o refeitório, depois vou pra casa.

JOSIVALDO

Vai precisar de ajuda?

NICOLAS

Não, pode ir.

José, Ivan e Josivaldo saem.

FÁBIO

Já que tô aqui, vou pegar umas coisas que deixei no meu armário.

Cena 2/Int./Apartamento de Eduarda/Cozinha/Dia.

Eduarda e Patrícia estão tomando café da manhã.

EDUARDA

Como está indo na escola nova, meu amor?

PATRICIA

(mal humorada) Um saco.

EDUARDA

Por que, Patrícia?

PATRICIA

Mãe, olha só, não tem nem como comparar a escola que meu pai pagava, com essa porcaria que você me colocou.

EDUARDA

Nós já falamos sobre isso, filha. Eu não posso pagar aquele colégio.

PATRICIA

(alterada) Mas o papai sim! Por que você não aceita que ele pague! 

EDUARDA

Porque quanto menos contato eu tiver com ele melhor.

PATRICIA

E eu que me dane né!

EDUARDA

Não é isso, filha.

Patrícia se levanta, está nervosa.

PATRICIA

É sim! Você prefere me ver nessa escola de quinta, com gente que não estou acostumada, do que aceitar a ajuda do papai.

EDUARDA

Seu pai me traiu e foi embora, ele não se importou em te deixar também.

PATRICIA

Se isso aconteceu, foi porque você não soube ser a mulher que o papai precisava.

Patrícia sai batendo as coisas. Eduarda, fica triste.

Cena 3/Ext./Mansão Camargo/Rua/Dia.

Um carro estaciona em frente a mansão. Kira desce do carro, tira os óculos de sol, observa a mansão, sorri maldosa, fecha a porta do carro, e vai em direção da mansão.

Cena 4/Int./Mansão Camargo/Sala/Dia.

A campainha toca. Marta abre a porta, se surpreende ao ver, Kira.

KIRA

(sorri) Oi, Marta, como vai?

MARTA

(séria) Bem, e você?

KIRA

Ótima... Posso entrar?

MARTA

Fazer o que...

Kira sorri, entra, olha em volta.

KIRA

Eu adoro essa casa, é de muito bom gosto.

MARTA

O que você quer aqui?

KIRA

(cínica) Agora uma empregada pode falar assim com as visitas?

MARTA

Quando é alguém do seu tipo, sim.

KIRA

(ri) Meu tipo? Não faço ideia do que você está falando.

Clarice, desce as escadas, fica feliz ao ver Kira.

CLARICE

Kira! Que bom te ver!

Clarice abraça Kira.

KIRA

Quanto tempo, Clarice. Você continua a mesma.

CLARICE

(a Marta) Pode ir, vou conversar com a kira.

Marta encara Kira, com raiva, sai. Kira ri, se senta.

KIRA

Ela ainda me odeia.

Clarice se senta ao lado de Kira.

CLARICE

Nunca vi essa lerda odiar alguém, o que você fez?

KIRA

(sorri) Beijei o Maurício, e ela viu, disse que traí a amizade com a Liz.

CLARICE

(surpresa) Você era amante dele?

KIRA

Durante um tempo sim, Clarice. Mas aquele cretino só tinha olhos para a mulherzinha dele.

CLARICE

Você finge muito bem que gosta da Liz.

KIRA

(séria) Porque me convém, e enquanto eu conseguir as coisas dessa tonta por bem, não vou precisar ser má com ela.

CLARICE

(sorri) E você seria capaz de fazer algo contra a Liz?


KIRA

(sorri maldosa) Vamos ver: Pra começar, ela tem esse vidão, e tinha um pai que a amava, enquanto eu, fui jogada em um orfanato pelo meu pai, e tive que ralar pra conseguir alguma coisa. Ela sempre foi a queridinha de todo mundo, a mais popular, e eu? Era deixada em segundo plano. O homem que eu amava se casou com ela. Sim, Clarice, tenho muito ódio guardado pela Liz, o dia que ser amiga dela não for mais bom pra mim, ela vai comer o pão que eu amassei com o meu salto 15.

Clarice sorri, aprovando.

Cena 5/Int./Tecelagem Santa Isabel/Vestiário/Dia.

Liz entra, olha em volta.

LIZ

Aqui também é pequeno.

Liz olha um uniforme novo em cima da mesa, pega.

LIZ

Será que aquele machão está certo? Isso pinica?

Liz resolve vestir o uniforme, pega um capacete, coloca, se olha no espelho, começa a se coçar. 

LIZ

Pior que pinica, que coisa horrível.

Fábio entra, vê Liz de costa, mas não a reconhece, dá um tapa forte de cumprimento no ombro dela, que coloca a mão no ombro, porque o tapa doeu.



FÁBIO

Ainda ta aqui, Nicolas, achei que já tinha saído, vim pegar o meu uniforme, preciso lavar.

Liz não responde, continua de costas enquanto Fábio pega e guarda o seu uniforme.

FÁBIO

Você viu como a madame é folgada?

Liz fica séria, com raiva.

FÁBIO

Ela acha que pode mandar na gente até quando a gente não trabalha, mandona e cheia de manias... mimada.

Liz cruza os braços, está com raiva.

FÁBIO

E mesmo assim, cara, não dá pra admirar ela, a madame chegou aqui, e colocou muita coisa no lugar... E ela é tão linda.

Liz descruza os braços, gostando, sorri um pouco.

FÁBIO

Muito linda... Eu to indo, até segunda.

Fábio sai, Liz tira o capacete, sorri pensativa, começa a se coçar.

LIZ

É melhor eu tirar essa porcaria, eu hein.

Cena 6/Ext./Tecelagem Santa Isabel/Pátio/Dia.

Kira entra, Fábio se aproxima.


KIRA

(sorri) Oi, você trabalha aqui?

FÁBIO

Sim, mas já to indo embora.

KIRA

Eu só preciso de uma informação, a Liz está aqui?

FÁBIO

Acho que não, mas se tiver, deve estar na administração, é só subir aquela escada.

KIRA

(admirando Fábio, sorri) Obrigada... Como é mesmo o seu nome?

FÁBIO

Fábio.

KIRA

Prazer, Fábio. Eu me chamo Kira, sou amiga da Liz.

FÁBIO

Entendi, bem, Kira, eu preciso ir, até logo.

Fábio sai, kira o observa gostando, Liz se aproxima, fica feliz ao ver Kira.

LIZ

Kira! Mas que surpresa.

Kira e Liz se abraçam.



KIRA

(sorri) Eu estava morrendo de saudades de você, Liz! Assim que soube que você estava de volta, vim te ver.

LIZ

(sorri) Fico muito feliz em te ver.

KIRA

(olha em volta) Foi aqui que o Maurício morreu?

LIZ

(série, triste) Eu não quero falar sobre isso.

KIRA

Desculpa, só fiquei curiosa.

LIZ

O incêndio foi aqui, mas o Maurício, morreu no hospital, já o meu pai, não teve tempo nem de chegar até lá.

Kira consola Liz.

KIRA

Sinto muito, desculpa falar sobre isso, eu sou uma boba mesmo.

LIZ

(sorri um pouco) Tudo bem.

KIRA

(sorri Acabei de ver um funcionário seu, e gostei hein.


LIZ

Mesmo? Quem é?

KIRA

Ele disse que se chama Fábio. Com aquele rosto e aquele corpo, até esqueço que é pobre.

LIZ

(disfarça, finge indiferença) Sério que você viu tudo isso naquele machão retrógrado? 

KIRA

(ri) Como é? Por que você chama ele assim?

LIZ

Vamos para a casa, te conto no caminho.

Liz e Kira saem.

Cena 7/Ext./Praça/Dia.

Denise está olhando em volta, procurando alguém, inquieta, Josivaldo se aproxima. Denise fica feliz, o abraça, eles se beijam.

JOSIVALDO

Nem acreditei quando você pediu pra mim vir aqui.

DENISE

Aproveitei que a minha mãe saiu, estava com saudades de você, meu amor.

JOSIVALDO

Eu também, mas é ruim ter que te ver assim, no susto.


DENISE

Eu sei, mas preciso de coragem para contar, mas vamos aproveitar que estamos juntos, e matar a saudades.

Josivaldo e Denise se beijam. Clarice e Alfredo descem do carro. Clarice vê o casal se beijando, observa.

ALFREDO

O que foi?

CLARICE

Ninguém veste roupas tão bregas igual a nossa filha, só pode ser ela.

Alfredo reconhece Denise, disfarça. 

ALFREDO

Claro que não é ela.

CLARICE

(raiva) É ela sim!

Clarice se aproxima de Denise e Josivaldo, puxa Denise pelo braço. 

CLARICE

(nervosa) Era só o que me faltava! Minha filha, aos beijos em plena praça, com qualquer um!

Denise fica assustada, Clarice a encara com raiva. 

Fim do Capítulo


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