Personagens deste Capítulo:
ANINHA
BENTINHO
DITA
FERNANDO
LAURO
MANECO
MARLENE
OLGA
REBECA
RUTE
Participação:
MOTORISTA
SECRETÁRIA
Todos os direitos reservados.
CAPÍTULO 03
CENA 01. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE BENTINHO. INT. NOITE.
Continuação imediata do capítulo anterior. Marlene suspende o vestido e exibe uma das pernas para Bentinho, que está em sua frente.
MARLENE: Já que você ficou tão excitado comigo...Quer ficar de novo?
Marlene começa a desabotoar o vestido.
MARLENE: Ai, eu quero tanto que você fique excitado de novo comigo. Vem!
Bentinho se retrai.
MARLENE: Só mais um pouquinho. Vem com a sua priminha que ela vai cuidar muito bem de você. E amanhã você vai poder escrever ainda mais coisas saborosas sobre sua Marlene.
Bentinho pega Marlene pelos braços e a sacode de forma brusca.
BENTINHO: (Firme) Para com isso, Marlene! Vai embora daqui e me deixa em paz!
MARLENE: Não faz isso, priminho. Quanto menos educação, mais excitada eu fico. Quanto menos você pedir permissão para me tocar, mais eu fico louca com a sensação de domínio.
BENTINHO: Eu estou falando sério. Ou você some da minha frente, ou então/
MARLENE: (POR CIMA) Ou então você vai fazer o quê?
BENTINHO: Desço lá embaixo e conto para todo mundo que você está dando em cima de mim. Quer pagar pra ver?
Marlene e Bentinho se encaram fixamente. Alta tensão entre os dois.
MARLENE: E vai fazer o que? Vai dizer que estava com medo do bicho papão e foi para cama da priminha se esconder? Ou que estava com dor nas costas e foi para minha cama por ser mais confortável? Não seja patético!
BENTINHO: Eu nunca fui de bater em mulher. Mas você implora e quer que eu perca a cabeça.
MARLENE: Só quero que perca o pudor! Mas não recusaria umas boas palmadas, você sabe.
Bentinho senta na cama e abaixa a cabeça.
MARLENE: Ué, primo. Desce lá e fala para todo mundo de uma vez. Quero ver se você tem coragem. (Encarando) Vai, desce e fala!
Bentinho balança a cabeça negativamente. Marlene gargalha alto.
MARLENE: Eu sabia! Você diz que não, mas no fundo você me deseja tanto quanto eu te desejo.
Marlene desabotoa o vestido e fica completamente nua. Bentinho vidra os olhos, babando.
BENTINHO: Demônio!
Marlene empurra Bentinho sobre a cama e sobe em cima dele.
MARLENE: Pelo que eu já estou sentido, é inegável o quanto você realmente fica excitado com essa sua priminha devassa.
BENTINHO: Você vai acabar com a minha vida desse jeito, Marlene.
MARLENE: Não, priminho. Sua vida não vai acabar. Aproveita, bobo! Ela está só começando!
Marlene e Bentinho começam a se beijar com intensidade, desejo. Ele dá tapas em seu rosto, seguidos por beijos ardentes. Eles se contorcem de prazer. CORTE PARA/
CENA 02. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Maneco e Rute estão à mesa. Eles jantam.
MANECO: Demorou na rua. Comprou tudo que queria na venda do Fernando?
RUTE: Sim. Depois aproveitei e dei uma passeio pela cidade para respirar um pouco de ar puro. As paredes dessa casa às vezes me sufocam.
MANECO: Mas não gosto que demore tanto. Uma mulher casada não deve ficar se dando ao desfrute por aí.
RUTE: E homem casado, também não! Não esqueça que eu vi como você olhou pra ela.
MANECO: Ela quem?
RUTE: Pra puta da minha irmã!
MANECO: Ela é puta? Não sabia disso, não.
RUTE: Como você é cínico!
MANECO: Você tem minhoca na sua cabeça. Você sonha demais.
RUTE: Você é um sem-vergonha que fica dando em cima da Marlene. Tá na cara que você está louco pra transar com ela.
MANECO: Sua neurose já está passando dos limites, Rute!
RUTE: (Alterada) Eu é quem estou ficando irritada com sua cara de pau.
MANECO: Ah, que novidade! Você é irritada por natureza!
RUTE: Seu broxa!
MANECO: Quer saber de uma coisa? Sua irmã é muito mais gostosa que você!
RUTE: Como é que é?
Rute encara Maneco, o fuzilando com os olhos. CORTE PARA/
CENA 03. CASA DE FERNANDO. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE.
Aninha deitada, lendo um livro. Fernando entra apenas de pijama.
ANINHA: Demorou de vir deitar.
FERNANDO: Estava com insônia. Aí fui tomar uma fresca no quintal.
ANINHA: Algum problema?
FERNANDO: (Desconversa) Preocupações rotineiras.
Fernando deita. Aninha começa a ajeitar os cabelos.
ANINHA: (Sorri) Hoje eu vesti aquela camisola que você gosta...
FERNANDO: Sinto muito, Ana. Hoje estou cansaço demais. Boa noite!
Fernando vira para o outro lado. Aninha, visivelmente frustrada. CORTE PARA/
CENA 04. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Rute e Maneco estão à mesa. Rute se levanta.
RUTE: O que foi que você disse, Maneco?
MANECO: Que a Marlene é muito mais gostosa que você. Muito mais! Não era isso que você queria ouvir?!
Rute pega seu prato e joga em direção a Maneco, que se abaixa. O prato bate na parede e quebra.
RUTE: (Furiosa) Seu desgraçado!
Rute se levanta e vai para cima de Maneco.
RUTE: Eu vou te estrangular, seu canalha!
Rute dá pequenos murros sobre o peito de Maneco. Ele segura os braços dela, imobilizando-a.
MANECO: Ficou louca, porra?! Para com isso!
RUTE: (Grita) ME SOLTA, SEU FILHA DA PUTA! DESGRAÇADO!
Lauro e Rebeca veem de dentro.
REBECA: O que é isso?
LAURO: Acalmem-se!
MANECO: Segura sua filha, Seu Lauro! Senão eu vou capaz de fazer uma besteira.
Maneco solta Rute e Lauro a segura.
RUTE: Me solta, pai! Por favor!
LAURO: Calma, filha. Calma! Agir dessa maneira, não vai adiantar nada!
REBECA: Vai lá para fora, Maneco. Depois vocês conversam.
Maneco chuta uma cadeira e sai, nervoso. Dita vem de dentro.
DITA: (Olhando para o chão) Que sujeira toda é essa aqui?
REBECA: Depois você limpa, Dita. Agora pega um copo de água para a Rute, por favor!
DITA: Sim, senhora!
Dita sai. Rebeca coloca Rute sentada. Ela respira fundo. Lauro sai. CORTE PARA/
CENA 05. MANSÃO BELMONTE. VARANDA. EXT. NOITE.
Maneco enfurecido. Ele dá vários socos contra a parede.
MANECO: Que ódio, meu Deus! Que ódio!
Lauro se aproxima dele.
LAURO: Não fique assim, Maneco.
MANECO: Eu não aguento mais, seu Lauro! Sua filha está descontrolada de ciúmes!
LAURO: Eu percebi.
MANECO: Ela está achando que eu estou dando em cima da Marlene.
LAURO: E você não está?
MANECO: Lógico que não! Eu amo a Rute! Mas não sei o que faço. Vou dormir hoje no quarto de hóspede. Não aguento mais esses surtos dela.
LAURO: Eu também não aprovo esse temperamento explosivo da Rute. Porém, eu acho que você como marido, deveria agradecer. Mulher brava, significa mulher fiel!
MANECO: Será?
LAURO: Quando eu era jovem, a Rebeca também vivia tendo crises de ciúmes. A Rute puxou a mãe, pode ter certeza.
MANECO: Não sei, não. O que a Rute fez foi um desrespeito. E isso eu não admito!
LAURO: Tenho experiência de vida, Maneco. Você ainda é garoto. Enquanto você estiver recebendo presentinhos, carinhos, perfumes... Você estará fadado a receber também um par de chifres na testa!
Lauro dá um leve tapa na testa de Maneco.
LAURO: Mulher honesta, é mulher azeda!
Lauro sai. Em Maneco, pensativo. CORTE PARA/
CENA 06. GRAMADO. EXT. NOITE.
PANORAMA da pequena cidade. Transição da NOITE para o DIA. CORTE PARA/
CENA 07. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.
Rebeca à mesa. Dita servindo-a.
DITA: Quer mais café, Dona Rebeca?
REBECA: Não. Muito obrigada!
Marlene vem de dentro.
MARLENE: Bom dia!
REBECA: Bom dia, minha filha!
MARLENE: Aonde está o papai?
REBECA: O Lauro já foi para a empresa.
MARLENE: Quando eu estava descendo, eu vi o Maneco saindo do quarto de hóspede e não entendi nada. Aconteceu alguma coisa?
REBECA: Ah... Ele e a Rute tiveram uma forte discussão ontem na hora do jantar. A Rute jogou um prato nele. Sorte que não acertou.
MARLENE: (Boquiaberta) Que horror! Por que minha irmã fez isso?
REBECA: Por ciúmes. Nós não queríamos comentar nada, mas a verdade é que a Rute está morrendo de ciúmes de você com o Maneco. Ela acha que você e ele trocam olhares. Enfim... Coisas da cabeça da Rute.
MARLENE: Eu não sei porque a Rute tem toda essa cisma comigo, mãe. Desde pequena era isso. Ela sempre me via como adversária, como inimiga dela.
REBECA: Não bata de frente. Evite confrontos por agora, Marlene. Espere pelo menos a Rute se recompor.
MARLENE: Eu não vou falar nada. Mas essas ideias da Rute me assustam. Eu nem troquei uma frase completa com o Maneco, que dirá olhares. Eu fico muito magoada, mamãe.
REBECA: Tente relevar, minha filha.
MARLENE: Vou tentar, mãe. Vou tentar!
Em Marlene, fingindo tristeza. CORTE PARA/
CENA 08. VENDA DO FERNANDO. INT. DIA.
Fernando vem de fora carregando umas caixas de verdura. Aninha se aproxima dele.
ANINHA: Quer ajuda, amor?
FERNANDO: Não, não. Pode deixar que eu me viro!
ANINHA: Fernando, estou te sentindo tão frio, tão distante de mim ultimamente...
FERNANDO: Não é nada contigo, Ana. Eu já disse que são muitas coisas na cabeça.
ANINHA: Você não lembra que dia é hoje?
FERNANDO: Terça-feira.
ANINHA: Não é só isso, Fernando. É nosso aniversário de casamento.
FERNANDO: Nossa! Eu esqueci completamente!
ANINHA: Eu fiz até um almoço especial para nós dois. E preparei também uma surpresa para você.
FERNANDO: Surpresa?
ANINHA: Sim.
FERNANDO: Agora eu fiquei curioso.
ANINHA: (Leve sorriso) Só saberá ao meio-dia.
Fernando se aproxima de Aninha.
FERNANDO: Desculpa esse meu jeito meio seco, tá?! Só quero que entenda que o problema nunca foi você. Você sempre foi uma mulher incrível, compreensível, amorosa, prendada, obediente...
ANINHA: Tento ser o melhor que posso.
FERNANDO: O problema sou eu! Talvez eu esteja na crise dos trinta, meio perdido...
ANINHA: E eu não posso te ajudar de alguma forma?
FERNANDO: Infelizmente, não.
Fernando segura o rosto de Aninha e a olha fixamente.
FERNANDO: Presta atenção: aconteça o que acontecer, nunca se culpe! A culpa nunca será sua, Aninha. Nunca!
Fernando abraça Aninha fortemente. Nele, pensativo. CORTE PARA/
CENA 09. ESCRITÓRIO DE MANECO. RECEPÇÃO. INT. DIA.
Secretária à mesa. Marlene entra.
MARLENE: Bom dia! Eu gostaria de falar com o Maneco.
SECRETÁRIA: Quem?
MARLENE: (Sorri) Desculpe. É que eu sou a cunhada dele e todos lá em casa só o chamam pelo apelido. Maneco é o advogado Manuel Martins. Ele está?
SECRETÁRIA: Ah sim! Está na sala dele.
MARLENE: Avise que Marlene Belmonte está aqui e quer falar com ele, por gentileza.
SECRETÁRIA: Sim, senhora! Com licença!
MARLENE: Toda!
A secretária levanta e sai. Marlene olha em volta observando cada detalhe do ambiente. CORTE PARA/
CENA 10. ATELIÊ DE OLGA. RECEPÇÃO. INT. DIA.
Olga e Aninha sentadas no sofá. Olga entrega uma caixa a Aninha.
OLGA: É todo seu!
ANINHA: (Largo sorriso) Ai, eu nem acredito! Eu sempre quis ter um desse, Olga. Era meu sonho!
OLGA: Sonho realizado com sucesso. Só resta aproveitar!
ANINHA: Sim. Hoje mesmo eu inauguro. Acho que o Fernando irá adorar.
OLGA: Eu tenho certeza!
Aninha abre a bolsa, retira dinheiro e entrega a Olga.
ANINHA: Essa é a segunda parcela que eu prometi que pagaria hoje. Agora só falta mais uma, não é?
OLGA: Exatamente! Mas não se preocupe, querida. Pague quando puder!
ANINHA: Eu estou vendendo uns bordados e graças a Deus minhas clientes estão amando e me indicando outras. Semana que vem já devo pagar o restante.
OLGA: Certo.
Aninha se levanta.
ANINHA: Hoje à noite eu vou ser a mulher mais feliz do mundo!
Em Aninha, empolgada. CORTE PARA/
CENA 11. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.
Maneco em sua mesa, envolvido na leitura de várias papeladas. A secretária entra.
SECRETÁRIA: Dr. Manuel, a Dona Marlene está aí para ver o senhor.
MANECO: (Surpreso) A Marlene aqui?
SECRETÁRIA: Sim. Posso mandá-la entrar?
MANECO: Pode. Mande ela entrar, dentro de dois minutos.
SECRETÁRIA: Sim, senhor!
A secretária sai. Maneco abre um largo sorriso, vai até um espelho e começa a se ajeitar. Nele, bastante animado. CORTE PARA/
CENA 12. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.
Dita cortando legumes na mesa. Rebeca ao lado, ajudando-a.
REBECA: Dita, você acha que eu fui muito paciente com a Rute?
DITA: Olha, assunto de família eu prefiro não me meter.
REBECA: Mas você é como se fosse da família, Dita. Trabalha conosco há tantos anos que eu te considero mais que uma amiga.
DITA: Bem... Me desculpe, mas eu acho que a Rute deve de tá sofrendo dos nervos. Onde já se viu quebrar um prato de porcelana? E cheio de comida dentro?
REBECA: Esse é o menor dos problemas, minha querida. Eu acho que do jeito que as coisas vão, o casamento dela com o Maneco pode acabar não resistindo. E uma mulher largada não é bem vista. O Lauro jamais aceitaria! É disso que eu tenho medo...
Em Rebeca, preocupada. CORTE PARA/
CENA 13. VENDA DO FERNANDO. INT. DIA.
Fernando apoiado no balcão, bastante pensativo.
FERNANDO: (Pra si mesmo) Ah, minha Rute... Não vejo a hora de estarmos juntos bem longe daqui. Só espero que não demore muito de me dar uma resposta.
Nele, suspirando. CORTE PARA/
CENA 14. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.
Maneco à mesa. Marlene entra.
MARLENE: Maneco... Como vai?
Marlene estende uma das mãos e Maneco beija.
MANECO: (Levantando-se) Marlene, que surpresa você por aqui.
MARLENE: Eu soube da sua última briga com a minha irmã Rute. Parece que pratos voaram...
MANECO: É. Acho que estamos tendo uma crise no casamento.
MARLENE: Crise? Olha...Que coisa!
Marlene aproxima-se de Maneco.
MARLENE: Eu fico com pena. Pois afinal de contas você nem deu motivos pra isso. Ou deu?
MANECO: Não. Motivo nenhum.
MARLENE: Coisa triste, não é?! Levar a fama de infiel, sem ser. Você não acha triste?
Marlene se aproxima de Maneco, provocativa.
MANECO: (Babando) Acho muito triste.
MARLENE: Que, pelo menos, leve a fama quem faz por merecer.
MANECO: (Inquieto) Concordo plenamente.
Marlene recua. Maneco nitidamente atiçado.
MARLENE: Eu conheço bem os homens. Basta uma oportunidade para que todos traiam. Aliás, a minha irmã não deve saber bem porque bate, mas você sabe porque apanha! Não sabe, meu cunhado?
MANECO: (Ofegante) Sei...
Maneco vai para cima de Marlene e começa a beijá-la intensamente. Marlene retribui na mesma intensidade. Ela morde uma das orelhas de Maneco. Ele se arrepia.
MARLENE: (Rindo) A Rute não faz isso, não é?
MANECO: Ela não é safada o suficiente pra isso.
MARLENE: Eu vi o jeito que você me olhou naquele jantar. Você não tem medo do meu pai e da minha mãe verem você fazer isso?
Maneco alucinado, retirando a roupa de Marlene.
MARLENE: E da Rute?! Ela ia quebrar ainda mais pratos em cima da sua cabeça.
Marlene gargalha.
MANECO: Você me deixou louco desde o dia que chegou. Com esse teu jeito de putinha, devassa...
MARLENE: Que delícia! Eu estou sentindo. E estou aqui só pra você, meu cunhadinho. Aproveita!
Maneco pega Marlene e a joga sobre a mesa. Todas as papeladas caem no chão. Eles transam loucamente. CORTE PARA/
CENA 15. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.
Rute chorando compulsivamente. Bentinho entra.
BENTINHO: Prima, desculpe entrar desse jeito... Eu estava passando no corredor e ouvi seus choros. Está tudo bem?
Rute continua chorando. Bentinho senta-se na cama ao lado dela.
BENTINHO: O que houve?
RUTE: Toda a minha briga ontem com o Maneco foi por causa dela!
BENTINHO: Dela quem, Rute?
RUTE: Ela quer tirar meu marido de mim. Desde quando chegou parece que todos os homens dessa casa caem de joelhos aos pés dela.
BENTINHO: (Respira fundo) Você está falando da Marlene, não é?
RUTE: (Choro contido) E de quem mais?
BENTINHO: Eu nem sei o que dizer...
Rute se levanta.
RUTE: Foi bom você vim falar comigo, primo. Eu sei de uma coisa que vocês não sabem que eu sei.
BENTINHO: Que coisa?
RUTE: Me responde com sinceridade: você gostou de transar com a Marlene?
Em Bentinho paralisado, sem reação. CORTE PARA/
CENA 16. CASA DE FERNANDO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Fernando entra.
FERNANDO: Aninha, cheguei!
Ele coloca a chave em cima da mesa de centro.
FERNANDO: Vamos logo almoçar. Eu não vou nem tomar banho. Estou morrendo de fome! Já colocou a mesa?
Aninha vem de dentro, vestida com um longo vestido florido.
ANINHA: (Sorridente) Estava me preparando para você, meu amor. Feliz nosso aniversário de casamento!
Aninha se aproxima dele e gira em volta de si mesma.
ANINHA: Então, gostou da surpresa? Lindo esse vestido, não é mesmo?
Em Fernando, descontente. CORTE PARA/
CENA 17. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.
Rute em pé. Bentinho sentado na cama.
RUTE: E então, você gostou de transar com a Marlene, primo?
BENTINHO: O quê?!
RUTE: É isso mesmo que você ouviu.
Bentinho, visivelmente nervoso.
BENTINHO: Eu não sei do que você está falando.
RUTE: Não adianta disfarçar. Eu vi o que vocês fizeram lá na sala e depois subiram juntos para o quarto dela. Foi bom pra você, priminho?
BENTINHO: Como você viu?
RUTE: Eu estava descendo as escadas quando me deparei com você e a Marlene se beijando na sala. Depois notei que vocês iam subir e aí eu corri para meu quarto. Mas fiquei com a porta entreaberta e vi quando os dois passaram pelo corredor em direção ao quarto dela. Não tem como negar, primo!
Bentinho abaixa a cabeça, em silêncio. Rute se aproxima dele.
RUTE: Eu quero você faça comigo o que você fez com ela.
BENTINHO: Você está louca?!
RUTE: Eu quero que você faça comigo o mesmo que fez com ela. E se você não fizer, eu vou contar para todo mundo o que a Marlene e o seminarista fizeram na sala do papai.
Rute sorri maliciosamente. Bentinho apavorado. CORTE PARA/
FIM DO CAPÍTULO!
Elenco:
Mariana Ximenes como Marlene
Joaquim Lopes como Bentinho
Juliane Araújo como Rute
Marcos Pitombo como Maneco
Ary Fontoura como Lauro
Ana Lúcia Torre como Rebeca
Amanda Richter como Olga
Giordano Becheleni como Fernando
Jacqueline Sato como Aninha
Rosane Gofman como Dita
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