2x06 - O Natal de Víctor
de Diógenes Carvalho Veras
Víctor era um bonito garotinho de quatro anos que
adorava ganhar presentes. A festa que
mais adorava era justamente a da noite de Natal, com suas luzes brilhantes
espalhadas por todos os lugares, uma época de sonhos e de ternura, oportunidade
em que os recebia aos montes: do Papai Noel, avós, tios, padrinhos e amigos da
família.
Debaixo da Árvore de Natal de sua casa, era bem bonita
e ele a apreciava a espaços durante boa parte do dia enquanto ia de um lado a
outro da casa, os presentes embaladinhos ao alcance de seus belos olhinhos que
estavam sempre “a pedir” que ele os abrisse.
Desejava descobrir o que havia dentro de cada papel decorado envolvendo
o embrulho. Quase não podia conter-se!
— Mamãe, quando poderei abri-los?
Tinha-os já decorados pela embalagem.
— Na noite de Natal, meu filho! — respondia-lhe
docemente a mãe — lembre-se de que devemos esperar pacientemente a que o
velhinho com aquela barba branca enorme que vai do seu queixo escondido até
quase o barrigão vestido de vermelho, venha pelo nosso telhado depositar com
carinho o seu presente.
E no dia seguinte, à mesma pergunta ouvia igual
resposta. Tinha sua mãe uma paciência que parecia não esgotar-se. Mas os dias
iam passando e o menino se sentia mais ansioso, contava nos dedos os dias que
faltavam até que viesse o caridoso senhor com o seu tão esperado brinquedo.
Até que, cansada de aturar-lhe nesses dias de férias
escolares, enviou-o desde a cidade de Natal, onde morava, até à casa da vovó,
em Mossoró, cidade distante duzentos e oitenta quilômetros da capital. Era o
único neto. Ia abrilhantar os dias da nobre senhora.
Uma vez alí, o animado Víctor deparou-se incrivelmente
com outra árvore ainda maior e mais brilhante do que aquela de sua casa. Seu sorriso irradiou-se! Havia naquela árvore pelo menos o dobro de
presentes. Quantas e quantas horas ficou o menino ali defronte a sonhar com
aqueles novos pacotes, tão enfeitados como surpreendentes, de uma beleza que
superava todas as suas expectativas.
— De quem são estes presentes, vovó?
— Pertencem a toda a família — explicou-lhe carinhosamente a paciente
senhora.
Víctor calculou que se fosse ele o dono, o único proprietário
de uma Árvore tão grande e resplandecente como aquela que se exibia em frente a
ele, como se o convidasse a um passeio pelas terras amorosas do papai-noel, a
visitar a sua fábrica que não parava de produzir brinquedos dias e noite para
todas as criancinhas da terra, quantos presentes não ganharia ele?
À noite, deitou-se imaginando-se proprietário de tão
maravilhoso pinheiro. Verde, parecendo enorme, belíssimo. E dormiu mansamente entregue nos braços da
imaginação, tendo um lindo sonho!
Na manhã seguinte, uma nova ideia tomara conta de seu
espírito natalino. Sim! Não havia
dúvida, ele teria de averiguar se o que acabava de imaginar era mesmo verdade. Resolveu
ter com a bondosa senhora.
— Vovó?
— Diga, meu lindo!
— Como se chama essa árvore?
— Árvore de Natal, ora essa! — respondeu
carinhosamente, passando-lhe as mãos pela cabecinha.
Era a resposta que esperava
ouvir. E sem tirar os olhinhos dos
presentes:
— Pois então, vovó, se essa árvore é lá de Natal, eu quero levá-la para minha casa!
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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