Ela
era tão pequenina, que até dava medo de abraçar.
Tinha
os cabelinhos castanhos com cachinhos e olhinhos verdes. Entrou na sala e ficou
paralisada ao ver num canto, toda iluminada, a árvore de Natal.
Trazia
na mão uma bonequinha de pano com um vestidinho verde, como o seu personagem
favorito da televisão. Na boca, a pequena chupeta com motivos de pequeninos
ursinhos azuis. Na outra mão, arrastava seu cheiroso travesseirinho, também de
ursinhos, só que amarelos e com seu nome bordado em rosa. Presente da vovó.
Não
havíamos acordado ainda, quando ela se levantou e silenciosamente foi à sala.
Não sei quanto tempo ficou ali parada com os olhinhos fixos nas luzes e bolas
da árvore de Natal. Quando entrei na sala e a vi de pijaminha vermelho e com a
bonequinha dependurada na mão, foi à imagem mais linda que já tive de Natal.
Como
era bonita e delicada, a minha filhinha.
Havíamos
montado a árvore na noite anterior, enquanto Sofia dormia. Montamos em silêncio
e colocamos os presentes ao seu pé. Neste ano, a montamos com todos os enfeites
e adornos possíveis, todos muito atrativos, nossa árvore parecia enorme no
final, então, cansados fomos dormir.
Fiquei
parado ali, quieto, por alguns minutos observando-a sem que ela me notasse,
então sai bem discretamente e fui chamar sua mãe.
Retornamos
à sala em silêncio e lá estava Sofia, ainda parada observando todos os detalhes
da árvore. Às vezes balançava a cabecinha, como que acompanhando o piscar das
luzes, em outras agachava para tentar ver algum detalhe específico.
Muito
devagar, silenciosamente fomos até o sofá, sentamos e ficamos a olhar seu
encantamento com toda aquela novidade na sala.
Sofia
foi agachando e aproximando da árvore, olhou os presentes e ignorou. Afastou-os
para o lado, começou a entrar debaixo da árvore, sentando ao seu pé e olhando
para o alto. Ainda não nos percebera.
Tirou
a chupeta e colocou-a em um galho, como se fosse uma bola colorida. Sua pequena
bonequinha também virou um pingente, em outro galho. Ajeitou seu travesseirinho
ao pé da árvore, entre os presentes e deitou sobre ele. Dormiu.
Fiz
movimento de levantar, mas minha querida segurou-me pelo braço, fez sinal para
eu esperasse e saiu em seguida em direção ao nosso quarto.
Estava
ainda admirando Sofia, ali dormindo, com seu respirar compassado, quando ela
voltou com nossos travesseiros.... Entendi de imediato.
Com
muito cuidado nos deitamos com Sofia no meio, na mesma posição entre os
presentes e com a cabeça debaixo da árvore. Era realmente uma visão linda.
Sofia sabia das coisas. Dormimos abraçados enquanto acariciávamos seu cabelinho.
Quando
acordei no outro dia, lá estava eu... Só.
Olhei
procurando por elas, mas não estavam ali... Ainda não. Teria que esperar por
mais um ano até acontecer de verdade.... Foi um lindo sonho de Natal.
Foi
assim que passei meu primeiro Natal com Sofia e sua mãe.
Já fiz
minha cartinha com esse pedido ao bom velhinho. Agora...
Espero
ansiosamente o próximo Natal, para quem sabe, realizar o sonho que tive.
Afinal,
os pedidos de Natal sempre acontecem.
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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